O secretario de Segurança Pública do Rio, Roberto Sá, afirmou que pedirá a transferência de Rogério 157 para um presídio federal. O criminoso mais procurado do Estado foi preso na manhã desta terça-feira (6), em uma megaoperação das Forças de Segurança na favela do Arará, na zona norte da cidade.
— Colocar esse criminoso que tem uma liderança muito forte longe do Rio de Janeiro dificulta muito a sua articulação. Não tenho duvida que a sua prisão desarticula e desorienta aquelas pessoas que o seguiam, que o tinham como chefe — destacou Roberto Sá, que completou —Nós temos que atacar a impunidade e o acesso muito fácil à armas de fogo, que não poderiam estar na mão de criminosos na área urbana, são armas de uso militar — enfatizou o secretario.
Rogério 157 foi preso por policiais civis no interior de uma casa. Segundo Gabriel Ferrando, titular da Delegacia de Copacabana (12ª DP), o criminoso estava deitado na cama e fingiu estar dormindo. O delegado, que já atuou na Delegacia da Rocinha (11ª DP), contou que a ação policial surpreendeu 157.
— Sua única reação foi colocar um cobertor no rosto — disse Ferrando.
Para o delegado, o emprego de agentes que já haviam atuado na unidade da Rocinha e conheciam as características físicas de Rogério 157 foi fundamental para efetivar a prisão.
— Nós tínhamos a informação que ele estava nessa região e, por conta disso, policiais que tinham condições efetivas de realizar o reconhecimento foram deslocados para lá. Ele estava tentando apagar tatuagens, cicatrizes e até mudar sua fisionomia — garantiu o delegado Gabriel Ferrando.
Ao ser preso, Rogério 157 não tentou reagir, porém teria insinuado aos agentes que eles poderiam ter a vida “bem resolvida”, caso o liberassem, informou o delegado da Polícia Civil. O criminoso foi conduzido para a Cidade da Polícia, no Jacaré, também na zona norte carioca. Ele deve ser levado para o presídio de segurança máxima no Complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio.
Rogério 157: da mansão de luxo na Rocinha à prisão
O secretario de segurança do Rio também comentou sobre fotos de policiais com 157, que circulam nas redes sociais. Nas imagens, agentes fardados e com armamento em punho aparecem posando ao lado do criminoso, que está algemado em uma das salas da Cidade da Polícia.
— A gente não deve glamorisar criminoso, ele é um dos quatro mil que a polícia prende por mês, mas é emblemática sim essa prisão, então houve uma euforia, que a gente vê nas fotos, e é muito possível que ela tenha passado do ponto. A gente tem que compreender a euforia e reprovar qualquer tipo de atitude que possa glamorisar — pontuou o secretario Roberto Sá.
Sá também afirmou que o policiamento na Rocinha será mantido e reforçado em virtude da prisão.
— A Rocinha continua com a ocupação da PM, que terá reforço por conta dos desdobramentos que a prisão pode provocar. Diversos mandados continuam sendo cumpridos em busca dessas pessoas.
Perguntado sobre os tiros registrados na comunidade após a prisão de Rogério 157, Roberto Sá disse que não houve confronto, mas sim reação de comemoração por parte de inimigos do criminoso.
Rogério 157 era apontado pela polícia como chefe do tráfico de drogas na Rocinha. Os confrontos iniciados em setembro deste ano tiveram como estopim o racha na parceria entre ele e o traficante Nem, que cumpre pena no Presídio Federal de Porto Velho, em Rondônia.
*Sob supervisão de PH Rosa