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"Sentimento de revolta", diz amigo sobre pai e filho mortos em incêndio

Vizinhos reclamaram de demora dos bombeiros para socorrer família na zona norte do Rio. Corporação disse ter chegado em 14 minutos ao local 

Rio de Janeiro|Bruna Oliveira e Erick Guimarães, do R7

Pai e filho morreram em incêndio
Pai e filho morreram em incêndio

"O sentimento é de revolta", resumiu um amigo após saber da morte de pai e filho em um incêndio em Higienópolis, zona norte do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (17).

O angolano Marlei Bilongo e o bebê de um ano foram carbonizados dentro do apartamento onde a família morava há cinco anos. 

O amigo Matheus da Costa, também angolano, cobrou uma investigação da Polícia Civil sobre as causas do acidente:

"É um sentimento de paralisação mesmo. Provavelmente, houve muita negligência, não é um simples fogo. Provavelmente, normas técnicas não foram seguidas e, talvez, só com uma investigação isso será comprovado." 


Veja mais: Sobe para 14 o número de mortos em incêndio no Hospital Badim (RJ)

O incêndio mobilizou toda a vizinhança nesta manhã. Aos prantos, o morador Jorge dos Santos contou que pai e filho pediram socorro na varanda. 


"Só escutei quando ele começou a gritar, e o fogo já estava muito alto. Eu desliguei gás, luz", disse ele, sem conseguir concluir a frase.

Outro vizinho relatou a mobilização e os esforços de moradores na tentativa de salvar a família. Segundo ele, moradores usaram uma escada e tentaram quebrar a grade de proteção, que estava fechada com cadeado.


"Ele tentou o tempo todo passar o neném pela grade, mas não foi possível. Então, não podemos fazer nada, ficamos impotentes. Um vizinho pegou extintor, outro usou uma escada, subiram pela marquise, tentaram o tempo todo. Mas o calor foi muito intenso e chegou até aqui embaixo. Depois abaixei minha cabeça para não guardar as imagens", contou Carlos Eduardo Melo.

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Inconsoláveis, moradores reclamaram da demora do Corpo de Bombeiros no socorro. No entanto, a corporação disse ter levado 14 minutos para chegar ao local do acidente, após o acionamento.

Com a voz embargada, outra moradora relembrou como eram pai e filho:

"Ele era muito gente boa, comunicativo. O filho dele brincava no corredor do prédio. O menino todo dia corria e batia na porta. É muito complicado", lamentou uma vizinha.

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