"Talvez tenha me comunicado mal", diz Paes sobre flexibilização no Rio
Prefeito afirmou que casos voltaram a subir e que reabertura da capital fluminense está condicionada ao panorama epidemiológico
Rio de Janeiro|Rafael Nascimento, do R7*
Na divulgação do 31º Boletim Epidemiológico da covid-19 do município do Rio de Janeiro, na manhã desta sexta-feira (6), o prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou que na última semana houve aumento nos casos da doença na capital fluminense e que o número de óbitos e internações, que estavam em queda, estão agora estáveis. Com isso, as medidas restritivas vigentes na cidade se mantém até o dia 23 de agosto.
O prefeito afirmou ainda que a Secretaria de Saúde acredita que essa mudança no cenário epidemiológico é devido a circulação da variante Delta na capital. Paes ainda fez uma correção em sua fala anterior sobre a flexibilização das medidas.
“Isso me leva a reafirmar que talvez eu tenha me comunicado mal. Quando a gente anuncia uma programação de reabertura a gente não quer dizer que a situação esteja sob controle. Admito o fato de ter passado esta impressão de maneira equivocada”, afirmou.
O prefeito informou ainda que a mudança no cenário epidemiológico impacta o planejamento de reabertura da cidade.
“Em um quadro de casos em aumento, a tendência é fechar mais. O cenário epidemiológico piorou e eu me equivoquei na maneira como me expressei. Temos um plano de reabertura, mas para seguirmos a evolução do quadro precisa se manter e não piorar”, disse.
Internações
Além do prefeito do Rio, participaram da reunião também o secretário de Saúde, Daniel Soranz, e o superintendente de Vigilância em Saúde, Márcio Garcia. Soranz atribuiu a alta nos casos à combinação da variante Delta com o período de inverno.
Sobre os casos de internação, o secretário disse ainda que 95% das pessoas que se internam não se vacinaram. Paes enfatizou o dado.
“Apenas 5% das pessoas que se vacinaram estão internadas. Tome a vacina, ela salva vidas”, disse.
O superintendente Márcio Garcia revelou ainda que, diante do novo cenário, toda a cidade do Rio foi colocada na categoria de alto risco para infecção da covid-19.
“Baseados nos dados epidemiológicos nós consensuamos tratar todo o município do Rio de Janeiro na categoria de alto risco, muito em função do novo cenário e da ocorrência da variante Delta na cidade”, informou.
Panorama vacinação
Mais de 80% da população adulta já está vacinada com a 1ª dose ou dose única. Da população total, 62,5% já tomou a 1ª dose ou dose única e 28% já tem as duas doses, ou dose única, aplicadas. Da faixa etária de 60 anos ou mais, 92% já completou o esquema vacinal.
“Devemos atingir hoje a marca de seis milhões de doses aplicadas. O calendário de vacinação proposto se mantém, de acordo com a entrega das doses pelo Ministério da Saúde”, disse o superintendente.
Antecipações
Paes afirmou ainda que existe a possibilidade de antecipação da terceira dose para os idosos, que estava prevista para outubro: “estamos estudando”. Outra antecipação prevista é a da segunda dose do imunizante Pfizer, após a aplicação da primeira dose em toda população adulta, que vai ocorrer até o dia 18 de agosto. Adolescentes com comorbidades e deficiência também devem ter sua imunização antecipada. O prefeito não informou as novas datas.
Atraso na entrega das vacinas
Neste sábado (7) está prevista a vacinação de adultos com 27 anos. Por um atraso do Ministério da Saúde na entrega de vacinas, novas doses devem chegar na capital fluminense na noite desta sexta (6). Paes aconselhou que, quem for se vacinar neste sábado, é melhor priorizar o horário da tarde. A vacinação, especialmente neste sábado (7), começa às 10h e vai até às 17h.
Além das faixas etárias por dia, a capital também está fazendo uma repescagem contínua de pessoas com 50 anos ou mais, gestantes, puérperas e pessoas com deficiência.
Réveillon
Sobre as festas de fim de ano na cidade, o prefeito afirmou que elas se mantém, mas que também estão condicionadas ao quadro evolutivo da doença na capital.
*Estagiário do R7 sob supervisão de PH Rosa