Após a morte de um dos chefes do tráfico de drogas na Cidade de Deus, um grupo de manifestantes interditou os dois sentidos na Linha Amarela, uma das principais vias expressas do Rio. A comunidade tem registrado intensos confrontos nos últimos dias, o mais recente foi registrado nesta quarta-feira (31), deixando três suspeitos mortos e dois presos.
No ponto conhecido como Apartamentos, policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Cidade de Deus encontraram criminosos armados durante patrulhamento. Após troca de tiros, um homem foi detido. Segundo a PM, o suspeito era evadido do sistema prisional.
Também pela manhã, policiais do Batalhão de Jacarepaguá (18º BPM) foram recebidos a tiros durante incursão no Caminho do Outeiro. No confronto, segundo a PM, dois suspeitos foram feridos e socorridos para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, mas não resistiram e morreram na unidade. Um terceiro homem foi preso. Com eles, os policiais apreenderam duas pistolas, drogas e um rádio comunicador.
Momentos após o confronto, o comando da UPP recebeu informações sobre um ferido que havia dado entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da comunidade. A Vítima era Rodolfo Pereira da Silva, o Rodolfinho, apontado como o segundo homem na hierarquia do tráfico de drogas da Cidade de Deus e estava foragido da Justiça. Contra ele havia quatro mandados de prisão. A morte dele, segundo a PM, teria motivado a manifestação na Linha Amarela.
Por volta das 11h10, moradores da comunidade alertavam sobre uma intensa troca de tiros na Cidade de Deus. Minutos antes, manifestantes bloquearam os dois sentidos da Linha Amarela. A movimentação na pista assustou quem passava pelo local, muitos motoristas chegaram a retornar na contramão da avenida. Outros abandonaram os automóveis e se abrigaram atrás da mureta que divide as pistas.
No sentido Fundão, o fechamento ocorreu na altura do Viaduto da Gabinal. Já no sentido Barra, o fechamento aconteceu na altura da avenida Geremário Dantas.
Após quase duas horas de fechamento, as pistas foram reabertas por volta de 12h50. Porém, o Centro de Operações recomendou que os motoristas evitem a região devido ao risco de novas interdições. Segundo o Major Ivan Blaaz, porta-voz da Polícia Militar, 120 homens estão no local, dando apoio às ações para liberação da via expressa.
Esta é a segunda vez, em uma semana, que a Linha Amarela é interditada devido a insegurança na Cidade de Deus. No último dia 24, policiais trocaram tiros com criminosos na via expressa, após a base da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) ser atacada.
Ação policial
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Roberto Sá, disse em entrevista coletiva que o Rio passa por um momento muito delicado e que situações como a que aconteceu na Linha Amarela são uma resposta do tráfico de drogas à ação da Polícia.
— É lamentável mais uma vez perceber que uma via importante como a Linha Amarela foi fechada devido a uma situação de violência. Mas isso aconteceu em razão da polícia estar ali trabalhando para tentar evitar delitos contra a nossa sociedade —, disse Sá.
*Sob supervisão de PH Rosa