Vale: rompimento de barragem faz outra transbordar em Brumadinho
Presidente da empresa, Fabio Schvartsman, afirmou que houve soterramento e grande número de vítimas; funcionários foram os mais atingidos
Rio de Janeiro|Bruna Oliveira, do R7
O rompimento da barragem 1 da Mina Feijão, em Brumadinho (MG), na tarde desta sexta-feira (26), fez uma segunda transbordar, de acordo com informações do diretor-presidente da Vale, Fabio Schvartsman. "Parte do vazamento se dirigiu a essa segunda barragem e houve um transbordamento, mas ela não rompeu", disse ele em uma entrevista coletiva na sede da empresa, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro.
Rompimento de barragem em Brumadinho mata sete pessoas
Segundo Schvartsman, a barragem que rompeu estava inativa e não operava há mais de três anos. O presidente da Vale disse que o acidente causou surpresa, já que o trabalho no local estava sendo monitorado. A última auditoria externa foi realizada por uma empresa alemã, especializada em revisão de barrragem, e apontou "perfeita estabilidade" no dia 26 setembro de 2018.
"A barragem estava em processo de descomissionamento e sequer recebia rejeitos de mineração. Ela é muito antiga e pertenceu a outra empresa, que foi adquirida pela Vale", explicou Schvartsman.
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Fabio Schvartsman afirmou ainda que, neste primeiro momento, a maior preocupação é com o resgate das vítimas, que são funcionários da empresa e terceirizados em sua maioria. Ao todo, 300 trabalhadores estavam no local no momento do acidente. Havia profissionais no prédio administrativo e também no refeitório por ser horário de almoço.
"Não sabemos quantos acidentados porque houve um soterramento do produto vazado pela barragem. Aproximadamente 100 funcionários já foram localizados".
Quase três anos após a tragédia em Mariana, que deixou 19 mortos, Fabio Schvartsman acredita que o maior dano provocado pelo rompimento da barragem de Brumadinho poderá ser grande a quantidade de vítimas.
"Estamos falando de uma grande quantidade de vítimas, ainda não sabemos quantas. E possivelmente o dano ambiental será menor. A barragem estava inativa, o rejeito estava seco, e, consequentemente, ele não tem esse poder de se deslocar por grandes regiões. Então, a tragédia ambiental será muito menor e a humana, terrível".
Veja a nota oficial:
"A Vale informa que criou um Comitê de Ajuda Humanitária, com equipe formada por assistentes sociais e psicólogos, para prestar assistência aos atingidos pelo rompimento da barragem em Brumadinho (MG). A empresa está providenciando hospedagem aos atingidos e familiares.
Os pontos de atendimento são: Faculdade Asa e Estação Conhecimento de Brumadinho. Nesses locais, dezenas de funcionários da empresa atuarão como voluntários na prestação de serviço de acolhimento e identificação. A Vale já está providenciando todos os recursos necessários (alimentos, água, medicamentos etc). A iniciativa conta com apoio do Sesi, de MG, que também fornecerá infraestrutura, como tendas e cadeiras".