Witzel: Ex-secretário de Saúde não responde a perguntas de tribunal
Edmar Santos alegou sigilo no acordo delação ao ser questionado pelo Tribunal Misto no processo de impeachment do governador afastado do Rio
Rio de Janeiro|Do R7
O ex-secretário de Saúde do governo de Wilson Witzel, Edmar Santos, declarou não poder responder a maioria das perguntas formuladas pelo TEM (Tribunal Especial Misto) durante o depoimento no processo de impeachment do governador afastado do Rio, nesta quinta-feira (17), no TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) na região central, em função de ter firmado um acordo de delação premiada com a Justiça que está sob sigilo.
Ao ser questionado sobre as irregularidades em contratações de OSs (Organizações Sociais), o ex-secretário, que chefiou a pasta alvo de investigações que levaram ao afastamento do governador do Rio por indícios de desvios durante a pandemia, decidiu não falar:
“Tudo que se tratar de Unir e Iabas estão dentro do processo no Superior Tribunal de Justiça sob sigilo. Não tem nenhuma intenção de entrar mudo e sair calado, não foi por isso que eu vim aqui, tenho o máximo respeito a essa Corte, ao processo que está acontecendo, mas os dois assuntos da denúncia são assuntos que estão em curso no processo sob sigilo", declarou Santos, que ganhou liberdade, em agosto, após decisão do STJ.
Empresário Mário Peixoto nega acusações
Antes de Edmar Santos, o empresário Mário Peixoto, que está preso há sete meses por suspeita de envolvimento na organização criminosa, foi ouvido por videoconferência pelo TEM, composto por cinco desembargadores e cinco deputados.
Peixoto negou participação no esquema e disse não ter sido o responsável pelo pedido a Witzel para requalificação da OS Unir Saúde, que contrariou órgãos técnicos, em contratos com o Estado.
Ele confirmou a amizade com o ex-secretário e homem de confiança do governo Witzel, Lucas Tristão, mas afirmou diversas vezes que nunca esteve no Palácio Guanabara e que as acusações se tratam de ilações.
Novo secretário de Saúde aponta problemas
Há dois meses no cargo de secretário Estadual de Saúde, Carlos Alberto Chaves, declarou ter encontrado na pasta contratos precários e problemas na fiscalização de OSs. De acordo com ele, a pandemia "desnudou" a situação caótica da saúde pública.
Helena Witzel falta a depoimento
A esposa do governador afastado não compareceu ao depoimento no TEM nesta noite. Em razão do grau de parentesco, a defesa alegou que Helena Witzel não é obrigada a depor.
Ao todo, 27 testemunhas foram convocadas para prestar depoimento hoje. Mais cedo, foram ouvidos o ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais Lucas Tristão e o presidente do partido de Witzel Pastor Everaldo Pereira, ambos estão presos por suspeita de participação no esquema que desviou recursos da Saúde.