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73% dos paulistanos trocariam carro por transporte público melhor

Pesquisa revela que ônibus municipal é o meio de transporte utilizado por 43% da população, seguido pelo carro, utilizado por 24% dos cidadãos

São Paulo|Fabíola Perez, do R7

Passageiros lotam linha 4210 que faz o percurso até Cidade Tiradentes, na zona leste de SP
Passageiros lotam linha 4210 que faz o percurso até Cidade Tiradentes, na zona leste de SP

Sete em cada dez paulistanos que utilizam carro todos os dias ou quase todos os dias afirmam que deixariam o veículo particular para utilizar o transporte público caso houvesse melhores alternativas de mobilidade urbana. De acordo com o levantamento da Rede Nossa São Paulo, 41% disseram que “com certeza” abandonariam o carro e 32% que provavelmente substituiria o carro por um meio de transporte público.

A pesquisa detectou ainda que os ônibus municipais ainda são os meios de transporte utilizados com mais frequência pelo paulistano, o que equivale a 43%. Esse grupo é constituído, em sua maioria (58%), por pessoas com renda familiar de até dois salários mínimos, pertencentes à classe C (54%) e por pretos e pardos (49%).

Em segundo lugar está o carro, com 24%. E em seguida o metrô, com 12%. Os paulistanos que afirmam fazer o seu principal deslocamento a pé representam 7%. Ainda, 5% dos paulistanos afirmam que seu principal meio de transporte é o transporte particular por meio de aplicativos, 3% dizem ser o trem, 2% a bicicleta e 1% o táxi.

De acordo com a pesquisa, no ano passado, 65% dos paulistanos afirmaram que utilizavam transporte coletivo, como ônibus, metrô, trem e fretado como meio de transporte principal na cidade. Nesse ano, porém, o número caiu para 59%. “O percentual pessoas dispostas a abandonar o carro está diminuindo, isso mostra que o paulistano está ficando cada vez mais desestimulado em deixar o carro”, afirma Américo Sampaio, gestor de projetos da Rede Nossa São Paulo.


Por outro lado, o estudo aponta ainda que 30% paulistanos declararam utilizar preferencialmente transporte privado, como carro, transporte por aplicativo, taxi e moto) em relação aos 25% dos paulistanos entrevistados no ano passado.

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O uso do transporte coletivo em São Paulo caiu 6% na comparação entre os dois últimos anos. Enquanto isso, o uso do transporte particular subiu 5% no mesmo período. “Pode estar havendo uma fuga de usuários dos transportes público e coletivos para a utilização de transportes privados e particulares, o que não é um bom sinal para a mobilidade urbana em São Paulo.”

Em 2017, 84% dos paulistanos afirmavam utilizar o transporte público com alguma frequência, já em 2018 esse índice cai e chega a 80%. A mesma tendência não ocorre com o carro. O número de paulistanos que afirma utilizá-lo com alguma frequência é de 72% para os anos de 2017 e 2018.


Uma das razões por trás da utilização dos veículos privados é a demora para deslocamentos enfrentada pelos paulistanos. Apesar de uma redução de três minutos em relação ao ano passado, o tempo médio diário de deslocamento para realizar a atividade principal chega a 1h57 nesse ano.

As parcelas da população que mais sofre com os tempos de deslocamento são os moradores das regiões Norte e Sul, que levam mais tempo para realizar seus principais trajetos pela cidade: cerca de 2h05 em ambas as regiões, conforme a pesquisa.

Os moradores da região sul são os que utilizam ônibus municipais com mais frequência. Enquanto nessa região, o índice é de 49%, no centro de São Paulo o percentual de usuários de coletivos municiais é de 27%. O levantamento também relevou que o transporte público como direito social garantido pela Constituição Federal é um fato desconhecido por sete em cada dez moradores de São Paulo.

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