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Acidentes com vítimas no trânsito de SP caem 15%

Juntas, as Marginais Tietê e dos Pinheiros são as vias que mais tiveram redução de acidentes

São Paulo|Do R7

O ano de 2015 registrou o menor número de mortes por acidente de trânsito desde 1979, segundo a CET
O ano de 2015 registrou o menor número de mortes por acidente de trânsito desde 1979, segundo a CET

O número de acidentes de trânsito com vítimas — mortos e feridos — na capital caiu 15,2% em 2015, na comparação com 2014. O dado final, revisado, consta no Relatório de Acidentes de Trânsito de 2015 da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo. A queda é de 23,5 mil para 20,2 mil acidentes. Já o número de vítimas passou de 28,6 mil para 24,2 mil — dos quais 992 morreram. O ano de 2015 registrou o menor número de mortes por acidente de trânsito desde 1979, segundo a CET.

O Relatório Anual de Acidentes da CET é feito com base nos dados do Sistema de Infocrim (Informação Criminal) da Secretaria Estadual da Segurança Pública, nos registros do IML (Instituto Médico-Legal) e nos dados próprios da CET sobre o local dos acidentes de trânsito.

Apesar das quedas apontadas, o perfil das pessoas vítimas de acidentes na capital paulista ainda se mantém o mesmo observado nos últimos dez anos. Um terço das vítimas é composta por condutores ou garupa de uma motocicleta, com idades entre 20 e 39 anos. Os homens, vale destacar, também são 85,7% dos condutores de veículos que se envolveram em batida entre veículos, colisões com objetos parados ou atropelamentos no ano passado. A zona leste mantém a liderança nos acidentes: 11 dos 15 cruzamentos mais perigosos da cidade estão nessa região. E o pedestre ainda é a maior vítima dos acidentes fatais: 419 das 992 mortes no trânsito é de gente que não estava em nenhum veículo.

Outro ponto trazido no estudo mede o tempo de sofrimento de vítimas e familiares: 5% das mortes só ocorreram 30 dias após o acidente — mas 63% morreram na hora. As sextas-feiras são o dia de maior média diária de ocorrências, ainda segundo os dados do relatório — com 48 acidentes registrados. O domingo, dia menos violento, tem média de 36 casos.


Foi na manhã de sábado, vindo de um bar em que estava desde a noite anterior, que o estudante de engenharia Caio Kensei Kaneshiro, de 27 anos, virou uma das vítimas de acidente do ano passado. Ele havia ido direto do trabalho para a faculdade, no ABC e, depois, para um bar com amigos. Na volta para casa, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, ele não aguentou: dormiu no volante. Acordou com o carro batido em um poste.

— Eu me machuquei na mão, foi uma luxação.


Mas não foi necessário internação.

— Agora, prefiro sair acompanhado ou vou de Uber.


Campanha

Especialistas em segurança viária destacam que a redução poderia ser maior se ações educativas e de fiscalização não tivessem sido deixadas de lado. "Essa queda se justifica pela redução dos limites de velocidade e só. Temos a informação de que as blitze da lei seca da Polícia Militar ocorrem uma vez a cada dez dias. Não temos nenhum sistema adequado de educação para o trânsito nas escolas até hoje e se abandonaram as campanhas educativas", diz o médico Dirceu Rodrigues Júnior, diretor da Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego).

"A redução dos limites de velocidade, com consequente redução nos números de acidentes, é uma tendência mundial. Vem ocorrendo reduções em locais da França, dos Estados Unidos, que não vivem uma situação econômica ruim como a nossa. Ao contrário, passam por aumento da frota. Assim, a melhor explicação é a redução dos limites, especialmente nas Marginais", diz.

Marginais

Juntas, as Marginais Tietê e dos Pinheiros são as vias que mais tiveram redução de acidentes. Ali, a queda foi de 35%, de 1.175 para 762 ocorrências com vítimas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio ao trânsito caótico, resgate de helicóptero pode salvar vidas em acidentes:

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