Aluna da USP suspeita de desviar dinheiro de formatura recebeu R$ 3 mil de auxílio emergencial em 2020
Alicia, acusada de tirar mais de R$ 920 mil de comissão, recebeu benefício do governo para pessoas em situação de vulnerabilidade
São Paulo|Letícia Assis, da Agência Record
A estudante de medicina da USP (Universidade de São Paulo) Alicia Dudy Müller Veiga, de 25 anos, acusada de desviar mais de R$ 920 mil do fundo da comissão de formatura, recebeu R$ 3.000 do auxílio emergencial do governo federal, benefício criado para garantir renda mínima às pessoas em situação de vulnerabilidade.
A acusada recebeu o valor em cinco parcelas de R$ 600, entre junho e novembro de 2020. As informações estão disponíveis no site do Portal da Transparência.
Alicia era presidente da comissão de formatura da turma de medicina. Em denúncia, os alunos afirmam que pagaram ao longo de quatro anos de curso a realização da festa, porém o dinheiro desapareceu. Agora, as vítimas não possuem verba para a comemoração.
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Inicialmente, um boletim de ocorrência foi aberto de crime de apropriação indébita. Após a polícia ter descoberto um possível golpe da estudante em uma lotérica da zona sul de São Paulo, ela passou a ser investigada por estelionato e lavagem de dinheiro.
Golpe de formatura
Em um grupo de WhatsApp, no sábado (6), a jovem confessou aos colegas que retirou o dinheiro da ÁS Formatura para investir, com o auxílio de uma empresa especializada. Entretanto, segundo ela, a investidora desapareceu com cerca de R$ 800 mil, e o valor restante do fundo da formatura foi gasto com um advogado, na tentativa de reaver o dinheiro.
A diretoria da Faculdade de Medicina também confirmou, em nota publicada, que os alunos que participariam da formatura da turma 106ª foram vítimas de fraude. "Os fatos estão sendo apurados e busca-se identificar os responsáveis pela fraude. A diretoria está apoiando com orientação aos alunos envolvidos."
Questionada sobre a retirada do dinheiro por Alicia, a ÁS Formatura afirmou que "todas as transferências foram realizadas rigorosamente conforme estabelecido nas cláusulas contratuais". A empresa também disse que está "em contato com a comissão de formatura para buscar algum tipo de solução que viabilize a realização do evento planejado".
Até agora, a acusada não foi localizada.