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Ao entregar cargo, ex-secretário admite que “prestigiou a Rota”

Antônio Ferreira Pinto entregou cargo nesta quinta-feira

São Paulo|Do R7

Ferreira Pinto entrega cargo na manhã desta quinta-feira no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, zona sul de São Paulo
Ferreira Pinto entrega cargo na manhã desta quinta-feira no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, zona sul de São Paulo

Ao entregar o cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, admitiu que prestigiou a Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) durante o tempo em que esteve à frente da pasta, mas rebateu as críticas de que afastou a Polícia Civil da investigação criminal. De acordo com ele, esta acusação é uma "falsa verdade".

A cerimônia de posse do novo titular da secretaria, o ex-procurador-geral de Justiça Fernando Grella, aconteceu na manhã desta quinta-feira (22), no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, zona sul de São Paulo.

Durante seu discurso de despedida, Ferreira Pinto apresentou números sobre apreensões feitas pela Rota, enfatizando que os dados mostravam que a unidade "cumpriu o seu papel com muita galhardia".

Ele ressaltou que, em 2012, a Rota recuperou mais de R$ 15 milhões em espécie, acabando "com o mito de que dinheiro de bandido não tem dono".


— A Rota apreendeu esta quantia para mostrar aos senhores que o crime organizado trabalha com dinheiro vivo.

Também em seu discurso, o ex-secretário fez um balanço de sua atuação e destacou a superação de desafios, como as ondas de arrastões em edifícios e restaurantes e os roubos constantes a caixas eletrônicos.


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"Cabeça erguida"

Ferreira Pinto se referiu ao novo secretário de segurança como "amigo" e "parceiro" e se colocou à disposição de Grella.

— Fico muito feliz por passar o 'bastão' para você. Tenho certeza absoluta de que, pelas suas qualidades, pela sua liderança, você vai fazer um trabalho excepcional, muito melhor do que eu fiz.

Após agradecimentos - incluindo ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) -, o ex-secretário encerrou seu discurso, afirmando que deixava a pasta de "cabeça erguida".

— Queria dizer, Grella, que a porta do gabinete da Secretaria de Segurança é uma porta muito estreita. Muitos sonham em ultrapassá-la. Muitos lutam para ultrapassá-la. Mas poucos têm o privilégio, como nós, de já ter entrado. Mas é uma porta suficientemente alta para sair de cabeça erguida.

Ao iniciar seu discurso, Alckmin reiterou os agradecimentos a Ferreira Pinto, afirmando que o ex-secretário exerceu a missão de comandar a as secretarias de Administração Penitenciária e de Segurança Pública com "dignidade".

Reclamação

A presidente da Adpesp (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo), Marilda Aparecida Pansonato Pinheiro, falou em entrevista ao R7 sobre a mudança no comando da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Para a delegada, o ex-secretário Antônio Ferreira Pinto fez uma gestão voltada à Polícia Militar.

— Houve um grande equívoco por parte do ex-secretário quando ele deixou de dar a devida atenção para a Polícia Civil. Nós fomos totalmente esquecidos, deixados à margem na forma de gestão da Segurança Pública. Havia, sim, uma predileção pela Polícia Militar.

Ainda de acordo com Marilda, no tempo em que ficou à frente da SSP, Ferreira Pinto atrapalhou o poder de investigação dos policiais civis paulistas ao tirar algumas atribuições que são específicas da categoria.

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