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Apagão: SP promete cobrar da Enel ressarcimento para prejudicados, diz Tarcísio

Até esta segunda-feira, ao menos 500 mil pessoas ainda estavam sem luz desde o temporal que atingiu a região metropolitana de SP

São Paulo|Do R7

Tarcísio afirma que SP "não está preparada" para lidar com eventos climáticos extremos
Tarcísio afirma que SP "não está preparada" para lidar com eventos climáticos extremos

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta segunda-feira (6) que o Estado "não está preparado" para lidar com eventos climáticos extremos. Um forte temporal atingiu a capital e a região metropolitana na sexta-feira (3), derrubando dezenas de árvores e interrompendo o fornecimento de energia para milhões de pessoas. Nesta segunda-feira, ao menos 500 mil ainda estavam sem luz.

"São Paulo acabou sofrendo com os efeitos da chuva. Isso mostra para a gente que a cidade não está preparada, que o Estado como um todo não está preparado para esses eventos climáticos extremos", disse Tarcísio, após o lançamento de um programa de bolsas de intercâmbio para alunos da rede pública. Ele mencionou ainda a intenção de que as pessoas afetadas sejam ressarcidas por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a concessionária.

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No fim da tarde desta segunda, está prevista uma reunião no Palácio dos Bandeirantes, na zona sul de São Paulo, que contará com a presença do governador, do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e de representantes da Aneel (reguladora dos contratos de concessão de energia elétrica), da Enel e de outras concessionárias de energia.


"A gente tem que chamar essas empresas para pensar o seguinte: que medidas nós vamos tomar de curto e médio prazo?", disse. O governador citou que algumas localidades estão completando hoje 72 horas sem energia.

De acordo com o governador, além de entender o que será feito nas próximas horas, a ideia é sugerir um termo de ajustamento de conduta para que a concessionária faça o ressarcimento de moradores e comerciantes afetados pelo apagão.


Cerca de 4 milhões de endereços chegaram a ser impactados no Estado, segundo o governador. Ele citou que várias pessoas tiveram perda de mercadoria, viram alimentos estragarem, entre outros prejuízos.

"Vamos propor um TAC para que a gente possa facilitar a vida desse cidadão, porque não seria razoável que esse cidadão entre num caminho ordinário de atendimento e acabe não tendo resposta" disse.

Outro ponto é pensar medidas para o eventos futuros. "A gente tem que entender que isso vai ser cada vez mais recorrente. O que aconteceu na sexta-feira foi extraordinário, mas vai ser comum a partir de agora", disse o governador. Os ventos chegaram a superar os 100 km/h.

Entre as possibilidades, ele levantou a ideia de fazer novos mapeamentos de árvores na capital paulista e pensar possibilidades de investimento. "A gente não pode ter outra tempestade dessa, ter outra pancada de vento, cair um monte de árvores de novo e ficar um monte de consumidor sem energia. Chegamos a ter 4 milhões de unidades sem energia, e algumas estão indo para 72 horas sem."

Técnicos trabalham 24 horas por dia, diz Enel

Em nota, a Enel Distribuição São Paulo informa que restabeleceu a energia para mais de 76% dos clientes que tiveram o fornecimento impactado após o vendaval da última sexta-feira. Até o momento, cerca de 1,6 milhão de clientes tiveram o serviço normalizado, de um total de cerca 2,1 milhões afetados na última sexta-feira.

"O vendaval que atingiu a área de concessão no dia 3 de novembro foi o mais forte dos últimos anos e provocou danos severos na rede de distribuição. Técnicos da companhia seguem trabalhando 24 horas por dia para agilizar os atendimentos e restabelecer o serviço para a grande maioria dos clientes até a próxima terça-feira, conforme anunciado em reunião com o prefeito de São Paulo na tarde de ontem (domingo)", diz outro trecho do comunicado.

Devido à complexidade do trabalho para reconstrução da rede atingida por queda de árvores de grande porte e galhos, a recuperação ocorre de forma gradual. Em atuação conjunta com Corpo de Bombeiros, prefeitura e outras autoridades, a companhia tem priorizado os casos mais críticos, como serviços essenciais e a conexão das escolas onde seriam aplicadas as provas do Enem.

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