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'Apaixonada pelos alunos', diz amiga de coordenadora morta em ataque

Marilena Ferreira Vieira Umezo foi uma das vítimas de massacre em escola em Suzano, na Grande SP, nesta quarta-feira (13). Outras nove pessoas morreram

São Paulo|Plínio Aguiar, do R7

Marilena Ferreira Vieira Umezo é uma das vítimas de massacre em Suzano (SP)
Marilena Ferreira Vieira Umezo é uma das vítimas de massacre em Suzano (SP)

“Era uma pessoa apaixonada pelos alunos, pelas pessoas, pela profissão que exercia. Era um ser de luz”, afirmou a professora aposentada Denise Hanashiro, colega de Marilena Ferreira Vieira Umezo, a primeira vítima do massacre na escola estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, a 50 km de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (13).

Dois jovens atiraram contra o proprietário de uma locadora Jorge Antônio Moraes. Em seguida, teriam estacionado um carro na frente da escola e disparo mais de 30 vezes. No local, mataram duas funcionárias da instituição e cinco estudantes do ensino médio. Quando viram policiais militares, cometeram suicídio, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

Leia mais: Tudo o que se sabe sobre o ataque que deixou dez mortos em Suzano

Denise, que foi professora por 25 anos na Raul Brasil, conta que mora próximo a escola, e logo cedo notou diversos helicópteros sobrevoando a área. “Eu saí para fazer umas compras, e já tinha bastante movimentação na cidade. Na hora eu até pensei que tivesse sido alguma fuga, mas quando cheguei em um comércio já estavam anunciando na TV”, relembrou.


Momentos depois, o choque. “Aí depois noticiaram quem eram as vítimas. Entre elas, a Marilena”, diz. “Uma pessoa que estava sempre pronta pro trabalho. Corajosa. Ela tinha um diferencial, sim, na vida de todo mundo”, conta. Para a amiga, a coordenadora relata que a marca dela era a alegria, “principalmente em um meio tão difícil”.

“Ela sempre foi maravilhosa. Apaixonada pelos alunos, por pessoas, pela profissão”, afirma, dizendo que infelizmente o último contato com a coordenadora ocorreu no ano passado. “Eu passei na casa dela, conversamos por algumas horas”, diz.


Na foto, o atirador Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, segundo a polícia
Na foto, o atirador Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, segundo a polícia

Em sua conta no Facebook, a coordenadora pedagógica replicava diversas mensagens sobre tragédias nacionais. A última postagem feita pela coordenadora ocorreu na noite de segunda-feira (11), em que replicou uma foto que falava sobre a reforma da Previdência, que tramita no Congresso Nacional. Antes, Marilena comentou sobre a morte de Arthur Araújo Lula da Silva, de sete anos, neto do ex-presidente Lula. A criança faleceu às 12h11 de sexta-feira (1°) no Hospital Bartira, em Santo André, vítima de meningite.

O massacre que vitimou Marilena ocorreu por volta de 9h40 da manhã desta quarta. Minutos antes, às 9h32, o atirador Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, postou várias imagens em sua rede social com uma arma — ainda não se sabe se é a mesma que fora utilizada no ataque.


Antes de entrar no colégio com Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, a dupla entrou em uma locadora de veículos e atirado contra o proprietário João Antônio Moraes. Em seguida, os jovens foram para a escola utilizando um veículo Chevrolet Onix branco, o qual foi estacionado em frente à escola palco do massacre.

No colégio, Marilena foi a primeira vítima da dupla, que depois assassinou também outra funcionária, identificada como Eliana Regina de Oliveira Xavier. O ataque também vitimou os alunos Pablo Henrique Rodrigues, Cleiton Antônio Ribeiro, Caio Oliveira, Samuel Melquíades Silva de Oliveira e Douglas Murilo Celestino.

Marilena, ainda nas redes, postava diversas fotos sobre sua família. A coordenadora era casada, tinha filhos e netos. Ainda segundo sua rede social, ela morava em Suzano.

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