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Apesar da liberação em SP, parte da população resiste a retirada de máscaras

Avanço da vacinação e a queda em internações e óbitos ainda não afastaram completamente o receio de contaminação

São Paulo|Do R7

Apesar da queda da obrigatoriedade das máscaras, população demonstra cautela
Apesar da queda da obrigatoriedade das máscaras, população demonstra cautela Apesar da queda da obrigatoriedade das máscaras, população demonstra cautela

No primeiro dia após o fim da obrigatoriedade do uso de máscara em ambientes fechados, a partir de determinação do governador João Doria (PSDB), frequentadores de shoppings, supermercados e cinemas mostraram cautela e resistiram a tirar a proteção. O avanço da vacinação e a queda em internações e óbitos, justificativas para a liberação, ainda não afastaram totalmente o receio de contaminação.

Nos corredores do Center Norte, por exemplo, o número de frequentadores com máscara era visivelmente superior àqueles sem a proteção ontem. Embora a utilização continue compulsória apenas em locais de prestação de serviços de saúde, como hospitais e UBSs, e nos locais de acesso e veículos de transporte coletivo, o profissional autônomo Antonio Marcos da Silva Melo acha que ainda é cedo para tirar a máscara.

Um dos motivos da cautela é a morte do irmão Luiz Silva Melo, de 53 anos, no começo da pandemia, em 2020, por covid-19. Antonio não se contaminou. "Ainda acho que é um momento de prevenção. Não me sinto seguro."

Aqueles que decidiram sair sem máscara confessaram alívio, sensação de liberdade, mas também estranhamento. Foi a primeira vez que a funcionária pública aposentada Carla Nabia, de 51 anos saiu sem a proteção facial em quase dois anos. Ela decidiu fazer um passeio com o filho Pedro Luiz, de 11 anos.

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"Eu queria sentir essa liberdade, mas confesso que ainda estou com receio", diz a moradora do Parque Mandaqui. "A gente se sente desprotegida. Toda hora penso em colocá-la", completa. Para o filho, a sensação de alívio foi mais forte. "É muito difícil respirar com máscara. Estou feliz."

Essa mistura de sentimentos também marcou o casal Wellington Tadeu, de 53 anos, e Carla Souza, de 51. Os dois estavam sem máscara nos corredores do shopping e se assustaram com a reportagem do Estadão. "Pensei que era alguma fiscalização. A minha máscara está na bolsa", disse a professora.

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Os dois encaram essa fase como um momento de transição, de testes, para entender como as outras pessoas - e os índices de contaminação - vão se comportar. "É um mais um passo, mas ainda não dá para comemorar", diz Carla.

Em Itaquera, a dentista Andreza Silva, de 28 anos, ficou admirada com a quantidade de "mascarados" no shopping que recebe o nome do bairro. Ela precisou ir às pressas comprar um vestido para o aniversário da filha. "Eu achei estranho. Pensei que ninguém estaria de máscara."

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Em outros locais fechados, abrir mão da máscara ainda parece distante. É o caso dos cinemas. Todos que compraram ingressos para a primeira sessão desta sexta-feira, no Cine Marquise, na Avenida Paulista, usaram máscara. Também era essa a intenção do publicitário André Junqueira, de 35 anos, que ia aproveitar o dia de folga para acompanhar o novo Batman. "Eu vou demorar muito para tirar a máscara no cinema", prevê.

Ambientes abertos

Mesmo com a liberação do uso das máscaras em ambientes abertos, muitas pessoas ainda recorrem à precaução nas calçadas. Na esquina da Paulista com a Rebouças na tarde desta sexta-feira, o número de pedestres com e sem máscara estava equilibrado. A cena foi parecida na Praça da República.

Para o gerente de lojas Diego Duarte, de 32 anos, o trajeto entre a loja do centro e o ônibus para sua casa, na zona sul, é o único momento de respiro - literalmente. A confecção em que trabalha já definiu que a máscara continua sendo obrigatória - de acordo com o decreto estadual, o uso é opcional em escritórios, comércios, salas de aula e academias. "É um alívio poder respirar melhor e ver o rosto das pessoas."

A busca por essa sensação de alívio foi mais forte para os frequentadores do Supermercado Castanha, na Vila dos Remédios, zona oeste. Funcionários contam que na quinta-feira, 17, logo após a liberação do uso de máscaras pelo governo de São Paulo, muitos clientes chegaram dizendo que tinham o direito de entrar sem máscara.

Nesta sexta, o olhar das equipes apontou equilíbrio entre clientes com e sem máscaras. No caso dos funcionários, a opção era livre, de acordo com a proprietária Shirlei Castanha. Mas maioria optou por trabalhar com máscaras.

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