Após agressões e assassinatos, polícia de SP fará 'retreinamento'
Segundo governo de São Paulo, agentes de segurança farão programa de retreinamento em julho, após episódios de violência policial
São Paulo|Do R7
O governador de São Paulo, João Doria, afirmou nesta segunda-feira (22) que agentes de segurança do estado passarão por um programa de retreinamento no mês de julho. A medida, divulgada durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, vem após uma série de episódios envolvendo policiais militares suspeitos de agressões e assassinatos.
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"Não há nenhuma condescendência com violência policial, sob qualquer justificativa. São Paulo tem 85 mil policiais militares e 20 mil policiais civis. É incompatível com uma polícia bem preparada que uma minoria que representa menos de 1% possa comprometer 99% de uma polícia séria preparada para proteger as pessoas e o patrimônio das pessoas", afirmou Doria.
"Orientei, na manhã desta segunda-feira, o general João Campos, que está se recuperando da covid-19 em sua casa, para implementar no mês de julho um programa de retreinamento, o Retreinar, para atender tenentes, coronéis, majores, capitães e sargentos da Polícia Militar", afirmou o governador.
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Segundo Doria, o retreinamento começará no comando da PM, no quartel general no bairro da Luz, no centro de São Paulo, e depois na Academia do Barro Branco. "Isso para que possamos retreinar todo o comando da nossas tropas para evitar que esse 1% de maus policiais que insiste em usar violência desnecessária junto à população possam compreender que isso não é aceitável na Polícia Militar de São Paulo. Esse comportamento é investigado, ao ser feita a investigação, os policiais serão punidos e afastados de forma definitiva da população."
De acordo com o coronel Álvaro Batista Camilo, secretário-executivo da PM, o programa Retreinar reunirá o Comando, com coroneis, majores e capitães e, entre 15 e 20 dias, deve chegar na ponta da linha, nos sargento, cabos e soldados.
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"Isso para que relembrem o que aprenderam nas escolas: defender o cidadão, proteger as pessoas e tratar as pessoas como gostariam de ser tratados. As melhores práticas serão revistas", afirmou o secretário-executivo. Segundo ele, 220 policiais já foram demitidos e expulsos na gestão.
"Condenamos os excessos policiais. Recebi muitas mensagens de policiais militares que sejamos rigorosos nas apurações, os próprios policiais condenam dos excessos. São 20 mil ocorrências por dia, a maioria delas acontece bem. A vida do policial é sempre um risco, mas não compactuamos com excessos."
Doria afirmou ainda que em São Paulo há menos de 0,4% de mau comportamento entre policiais militares. "Não há qualquer tipo de insubordinação, faz parte de uma média que temos que baixar e se possível eliminar." Segundo Camilo, o que existe são desvios de conduta. "Não se trata de insubordinação, a maioria trabalha bem."