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Após chorar com príncipe Harry, ex-viciada se emociona ao receber carteira de trabalho na Cracolândia

Processo de seleção para chegar aos 16 começou com 40 inscritos no programa

São Paulo|Do R7, com Estadão Conteúdo

Ieda ao lado de Haddad
Ieda ao lado de Haddad

A faxineira Ieda Santos Silva, de 56 anos, se diz "ansiosa" com o primeira carteira de trabalho. 

— Eu sei que vou trabalhar em um CRAS da Vila Mariana. Para não atrasar, já fiz o caminho de metrô para saber quanto tempo vou demorar — afirmou, com lágrimas nos olhos. 

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), entregou na tarde desta terça-feira (5), as primeiras carteiras de trabalho para dependentes químicos da Cracolândia, região central, beneficiados pelo programa Braços Abertos da Prefeitura.

Ieda, uma das beneficiadas, já havia chorado há pouco mais de um mês, após tirar um foto com príncipe Harry, que visitou o galpão dos varredores da Prefeitura na Cracolândia.


O grupo também será o primeiro a se mudar para dois hotéis de um novo programa municipal, batizado de Autonomia em Foco. Segundo Luciana Temer, secretária Municipal de Assistência Social e Cidadania, as duas unidades terão cerca de 220 vagas e ficam na região central: uma na Liberdade e outra no Pari.

— Esperamos que seja um espaço de construção de autonomia não só para ele [dependente químico]. Não vamos estigmatizar como um local só para o Braços Abertos. Eles vão começar um processo de inclusão com outras pessoas — explicou a secretária.


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Ao todo, 16 pessoas foram contratadas para trabalhar em uma empresa de limpeza que presta serviço para a Prefeitura em UBSs (unidades básicas de saúde) e hospitais municipais. Luciana espera que o grupo possa deixar os alojamentos na cracolândia em dez dias, após a inauguração dos hotéis.


Os beneficiários que conquistaram as carteiras de trabalho serão deslocados para trabalhar como faxineiros em CRASs (Centros de Referência de Assistência Social) espalhados em São Paulo. O salário será de R$ 820, com vale refeição de R$ 9,10, cesta básica no valor de R$ 81,33 e vale-transporte.

Para Paulo Sérgio Souza, de 36 anos, o trabalho é uma oportunidade para reencontrar a filha de 10 anos, que não vê há quase um ano. 

— A dignidade eu já resgatei. Agora, o que eu mais quero é poder reencontrar minha filha — disse. 

Souza vai trabalhar em um CRAS na Vila Prudente, na zona leste.

O processo de seleção para chegar aos 16 começou com 40 inscritos no programa.

— Dessa lista, começamos uma dinâmica de conversa. Elas passaram por uma avaliação psiquiátrica para ver o quanto de fato estavam prontos. Tivemos tranquilidade com 18 — afirmou Luciana.

De acordo com ela, após a escolha, duas pessoas não quiseram o trabalho.

Haddad disse que a Prefeitura "tem procurado" as empresas prestadoras de serviço para programas sociais.

— Se elas [as empresas] quiserem se aproximar e fazer parceria, rapidamente equacionaremos o problema.

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