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Após críticas seguidas à China, SP envia últimas doses de CoronaVac

Instituto Butantan afirma que todos os insumos recebidos já foram processados e, sem nova remessa, a produção foi interrompida

São Paulo|Do R7

Embate diplomático afeta fabricação de vacinas contra a covid-19 no Brasil
Embate diplomático afeta fabricação de vacinas contra a covid-19 no Brasil

As críticas e insinuações sistemáticas do governo federal à China, agravadas pelas recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, provocaram um embate diplomático com o Brasil que já se reflete na produção de vacinas. 

O Governo de São Paulo entrega nesta sexta-feira (14) ao PNI (Plano Nacional de Imunização) a última remessa de doses disponíveis do imunizante CoronaVac, produzido em parceria com a empresa chinesa Sinovac. Ao todo, serão 1,1 milhão de vacinas enviadas ao Ministério da Saúde.

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OInstituto Butantan confirmou que a produção da CoronaVac estásuspensa por falta de insumos. A indefinição do governo da China em liberar o IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo), essencial para a fabricação do imunizante contra a covid-19, pode afetar o cronograma de vacinação a partir de junho, segundo o diretor do Instituto, Dimas Covas.

Na CPI da Covid no Senado, na última terça-feira (11), o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, admitiu a existência de problemas para a chegada dos insumos, mas disse não ter informações sobre as causas dos atrasos. "Temos visto esses problemas pontuais que têm acontecido de demora de entrega de IFA, tanto da CoronaVac e até mesmo de AstraZeneca, porque também recebe insumos vindos da China", disse em resposta ao relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL).


São 10 mil litros de insumos retidos na China, o que daria para produzir 18 milhões de doses da CoronaVac. Dimas Covas acredita que a situação se deve a um entrave diplomático. "Segundo o embaixador chinês, essa autorização não vai se cumprir. A qualquer momento, aguardamos essa confirmação, mas até o momento, a liberação não irá ocorrer", afirmou.

Língua afiada

As falas contrárias ao governo chinês são sistemáticas e ocorrem desde quando o ex-chanceler Ernesto Araújo estava no comando do Ministério das Relações Exteriores. As mais recentes, porém, foram dadas por Bolsonaro e pelo superministro da Economia.


No final de abril, sem saber que a reunião de que participava estava sendo gravada, Paulo Guedes falava sobre o setor privado se apresentar como solução na questão das vacinas. Nesse ponto, Guedes afirmou que os chineses "inventaram" o novo coronavírus, mas não têm a melhor vacina.

"Até os foguetes da Nasa já são privados. Estado quebrou, não consegue mandar todo ano um homem para lua. Estados Unidos têm indústria forte. Chinês inventou o vírus e a vacina dele é pior que a americana. Toma aqui a Pfizer", disse. 


No começo de maio, durante discurso no Palácio do Planalto, Bolsonaro engrossou a crítica à China. “É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que estamos enfrentando uma nova guerra? Qual país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês”, afirmou.

Segundo o governo paulista, mais de 70% da vacinação contra a covid-19 em todo o país depende da CoronaVac.

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