São Paulo Após idosa morrer afogada, prefeitura quer derrubar muro que teria causado enchente em SP

Após idosa morrer afogada, prefeitura quer derrubar muro que teria causado enchente em SP

Estrutura irregular teria impedido o escoamento da água da chuva. Outras nove ações contra construções não autorizadas são feitas

  • São Paulo | Geovanna Hora, da Agência Record

Resumindo a Notícia

  • O prefeito foi até Moema verificar o local onde houve a enchente que matou a idosa.
  • Ele pediu autorização judicial e urgência para derrubar o muro.
  • A vítima, Naide Capelano, não conseguiu sair de seu veículo, inundado pela chuva.
  • A prefeitura faz ações contra diversas construções irregulares em Moema.
Naide Capelano tinha 88 anos

Naide Capelano tinha 88 anos

Reprodução

A prefeitura de São Paulo está estudando medidas judiciais para derrubar o muro que teria agravado a enchente ocorrida em Moema, na zona sul de São Paulo, na quarta-feira (8). Devido à intensidade da água, uma idosa de 88 anos ficou ilhada no carro, não conseguiu sair e acabou morrendo afogada.

O muro de um condomínio estaria impedindo a vazão de água em uma rua do bairro. Segundo a prefeitura, outras nove ações também serão feitas para reintegrações de posse de ocupações irregulares que ocasionaram a impermeabilização do solo ao longo do córrego Uberabinha, todos eles nas proximidades da tragédia, na esquina da rua Gaivota com Ibijaú.

A maioria dessas ações diz respeito a construções irregulares que foram feitas em áreas localizadas em vielas sanitárias, que têm a função de escoar a água das chuvas.

Na tarde de ontem, o prefeito Ricardo Nunes esteve no local e acionou a PGM (Procuradoria Geral do Munício) para tomar medidas judiciais para derrubar o muro que pode ter agravado a situação da rua Gaivota.

Prefeito quer urgência

Na manhã desta sexta-feira (10), o prefeito afirmou que quer urgência no desmoronamento do muro. "Falei com a procuradora-geral do município, doutora Marina Magro, e pedi que fossem intensificadas as ações já em curso e se possa imediatamente quebrar aquele muro na rua Gaivota", afirmou.

"Se eu tiver hoje a autorização judicial, nós já vamos fazer hoje.  É inaceitável que um condomínio faça um muro daquele de forma irregular e irresponsável. Muito possivelmente, se aquele muro não estivesse ali, não teríamos o que aconteceu".

De acordo com a PGM, a Subprefeitura de Vila Mariana — responsável pela área — está enviando um relatório com dados técnicos da área, que vão sustentar a medida judicial para a derrubada do muro.

Outras ações em Moema

A Subprefeitura da Vila Mariana informa que, de 1º de fevereiro a 7 de março deste ano, a avenida Ibirapuera, a rua Ibijaú, a rua Gaivota e a praça Mário Pontes Alves tiveram seus bueiros limpos 239 vezes, por meio de limpeza mecanizada com hidrojato. Na Ibijaú, foram vistoriados e desobstruídos bueiros na altura dos números 45, 83, 188, 269 e 405. Na Gaivota, nos números foram 879, 886, 897, 916, 917, 960, 979 e 988.

Com relação à macrodrenagem, está em curso um estudo para a construção de um piscinão para minimizar o efeito das chuvas nessa região. A análise está a cargo da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras, com previsão de ser concluída no fim deste mês. A partir desse estudo, serão definidos o local e o orçamento da obra.

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