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Após morte na USP, sindicato reclama de condições de trabalho

Filipe Varea Leme morreu esmagado por um armário, o que teria sido um desvio da sua função de monitor, segundo amigos e colegas do estudante 

São Paulo|Gabriel Croquer, do R7*

Colegas relataram que Filipe era muito ativo dentro da universidade
Colegas relataram que Filipe era muito ativo dentro da universidade Colegas relataram que Filipe era muito ativo dentro da universidade

Após a morte de Filipe Varea Leme, aluno do curso de geografia da USP, que morreu esmagado por um armário, na terça-feira (30), o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) reclamou, junto de alguns alunos da instituição, das condições de trabalho oferecidas na universidade. O corpo do estudante, que trabalhava como monitor do laboratório de informática da Escola Politénica (Poli), foi encontrado dentro de um elevador, sob o armário, no prédio da Poli.

O sindicato afirmou que é prática comum na universidade escalar alunos para realizar trabalhos operacionais além das suas funções. Segundo a nota do sindicato, a universidade desvia os objetivos das ocupações, "colocando estudantes para atuar como monitores ou estagiários em substituição a funcionários nas mais diversas unidades da USP".

Melissa Martins conhecia Filipe desde o ensino médio e também estuda geografia. Ela afimou ser "bastante comum que monitores rearranjem salas de aula, transportem móveis, organizem parte da informática, etc". 

Ela é aluna do IFSP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo), e também já exerceu a função de monitora onde estuda. 

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Durante a tarde desta quinta-feira (2), os alunos do departamento de geografia se reuniram para prestar homenagens para Filipe, discutir o ocorrido e para planejar próximas ações, atos e manifestações. Eles planejam ações mais enfáticas na semana que vem.

O R7 tentou contato com a assesoria de imprensa da USP, pedindo a posição da instituição frente aos comentários de alunos e do Sintusp. Até o momento de publicação desta matéria, não houve resposta.

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Em nota anterior, a USP lamentou a morte do estudante e afirmou que preza pela adoção das medidas de segurança necessárias para a rotina do trabalho dentro de suas dependências. Informou que a Poli prestará todos os esclarecimentos necessários para a elucidação dos fatos junto às autoridades competentes. A Poli criou uma comissão de sindicância para apurar o caso, que é investigado pela Polícia Civil. 

Medalha em robótica

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Filipe Varea Martins estava no nono semestre do bacharelado do curso de geografia da USP. Ele ingressou na universidade sem passar por cursinho pré-vestibular, e se destacava nos estudos desde o fundamental. Ainda em 2008, ganhou uma medalha de bronze na modalidade teórica nível 2 na segunda edição da Olimpíada Brasileira de Robótica.

Filipe também era atleta e representava a universidade no time de vôlei, jogando futebol e handebol fora da instituição. Além disso, o estudante era muito ativo no movimento estudantil e no centro acadêmico da instituição, segundo colegas.

"Eu perdi um grande amigo, muito importante para mim. Sou geógrafo e sei da importância de pessoas como ele para a nossa ciência", afirmou Igor Carlos Feitosa Alencar, pesquisador da UFPB (Universidade Federal da Paraíba).

A AGB (Associação de Geógrafos Brasileiros) de João Pessoa lamentou o acidente e relembrou trajetória política-estudantil do estudante. "Esteve extremamente ativo nas ações do movimento estudantil, principalmente na construção da Confederação Nacional da Entidades Estudantis de Geografia (Coneeg). Recentemente associou-se à nossa seção local e estava nas articulações para o IX Fala Professor", afirmou a associação em nota.

*Estagiário do R7, com supervisão de Ana Vinhas

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