Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Após operação da PF, 13 líderes do PCC irão para presídios federais

Valores eram registrados em planilhas e estrutura funcionava como empresa de contabilidade. Segundo a polícia, 400 contas bancárias foram bloqueadas

São Paulo|Fabíola Perez, do R7

Bilhetes encontrados pela polícia indicam ordens dadas de dentro das prisões
Bilhetes encontrados pela polícia indicam ordens dadas de dentro das prisões

Treze lideranças da organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), presas em uma operação da Polícia Federal, realizada nesta terça-feira (6) para desarticular o núcleo financeiro da facção, serão transferidos para presídios federais.

De acordo com o delegado da Polícia Federal e coordenador da Operação Cravada, Martin Bottaro Purper, a operação teve início em fevereiro e revelou a dinâmica utilizada pela organização criminosa. Os valores eram cobrados pelos integrantes da base da organização para serem enviados a membros da cúpula.

"Observamos a dinâmica da organização para entender e saber como realizar ações efetivas para interromper", afirmou o delegado durante coletiva de imprensa no Paraná nesta terça-feira. "Eles arrecadam valores dos comparsas através de rifas, cobradas de dois em dois meses. Esse valor sai da base e chega para os principais líderes."

O delagado Purper afirmou que mais de 400 contas bancárias foram identificadas e bloqueadas. "Eles usavam a conta por 3 ou 4 meses e trocavam, eram contas alternadas. Eles também criaram códigos. Isso era feito em formato de planilhas, como uma empresa de contabilidade. Pessoas faziam o que se chama de fechamento e os valores eram checados para ver se não faltava dinheiro."


Delegado Martin Purper coordenou a operação Cravada
Delegado Martin Purper coordenou a operação Cravada

Quem não conseguia pagar os valores era, segundo o delegado e coordenador da operação, excluído ou espancado. As planilhas, explica Purper, mostravam ainda que os visitantes recebiam valores por contribuições que chegavam e saíam dos presídios.

Os bilhetes encontrados pela Polícia Federal, também chamados de "bate-bolas", seriam levados para penitenciárias federais. "É uma das principais formas de comunicação dos presos com o meio externo." Segundo o delegado, apenas um entre 20 bilhetes contém comunicação familiar. "Os demais são com ordens para delitos vindas dos integrantes do grupo."


A operação dessa terça-feira (6) teve como foco o "resumo financeiro" da organização. "Esse dinheiro diz respeito ao gasto para sustentar a estrutura de rede em volta das cadeias. Às vezes a base recebe 'migalhas' (de contribuições financeiras) por sustentar as lideranças"

O que chamou a atenção dos investigadores na Operação Cravada, segundo o delegado, foram os conhecimentos contábeis empregados pelo grupo. "Eram pessoas com habidades para fazer planilhas e mexer com valores."

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.