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Após perícia, agente alega relação sexual consensual com jovem em delegacia de SP

Mulher estava na delegacia aguardando transferência para o CDP quando ocorreu o ato. Homem diz que houve provocação

São Paulo|Isabelle Gandolphi e Mariana Rosetti, da Agência Record

Advogado conseguiu conversar com a vítima, que contou os momentos de terror
Advogado conseguiu conversar com a vítima, que contou os momentos de terror Advogado conseguiu conversar com a vítima, que contou os momentos de terror

O policial suspeito de estupro mudou a versão e agora alega relação sexual consensual com uma jovem na carceragem da Delegacia de Polícia de Barueri, na região metropolitana de São Paulo, na noite de sábado (12), enquanto estava presa preventivamente.

A jovem denunciou o estupro e o agressor foi afastado e é investigado pelo crime. Anteriormente, o homem havia negado qualquer envolvimento com a mulher.

A jovem, de 18 anos, foi presa em flagrante na sexta-feira (11), suspeita de tráfico de drogas. Ela teve a prisão convertida em preventiva e estava na carceragem aguardando transferência para o Centro de Detenção Provisória de Franco da Rocha.

Na noite de sábado (12), segundo o advogado da vítima, Amadeu de França, ela foi abordada por um carcereiro de 55 anos em uma sala dentro da carceragem. No cômodo, segundo o advogado, o policial civil a estuprou.

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De acordo com o advogado, a carceragem da delegacia recebe mulheres presas temporariamente e possui outras duas celas, em andar superior, para adolescentes.

Segundo o boletim de ocorrência, o carcereiro havia negado qualquer relação com a jovem. No entanto, no domingo (13), o homem prestou um novo depoimento em que afirma ter tido relação sexual com a jovem, mas teria sido consensual. O advogado da vítima diz que teve acesso ao novo relato somente na noite da terça-feira (15).

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Na versão do policial, durante o plantão, ele diz que todas as vezes que precisou ir até a cela da mulher, ela "se insinuou" com o objetivo de obter benefícios em troca de relações sexuais. O homem relatou que, quando foi entregar a alimentação, a jovem pegou seu braço dizendo que eles estavam sozinhos e poderiam aproveitar o momento.

Por volta das 18h, enquanto o carcereiro estava ao telefone, a presa, que estava no corredor, teria o chamado dizendo que "queria contar uma coisa". Assim que encerrou a ligação, foi atendê-la. Ele abriu o portão e pediu que ela fosse até sua sala.

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No cômodo, a jovem teria dito novamente que gostaria de ter relação sexual com ele. Ela teria começado a se despir e, então, ocorreu o ato. Em seguida, a jovem teria retornado ao corredor e afirmou "vou querer mais", o que teria sido negado pelo carcereiro.

Segundo o boletim de ocorrência, o carcereiro afirmou ter ido até a cela da jovem, mas não a viu, encontrando apenas chinelos próximos às grades dos fundos. Imaginando que a mulher poderia ter fugido, o agente conseguiu abrir a porta. Em seguida, foi até o plantão policial, e informou aos colegas sobre o ocorrido.

Ele acrescentou que, após uma melhor vistoria, localizou a detenta nos fundos da carceragem, próxima do muro de contenção. Segundo o agente, assim que chegou apoio de outros policiais, a mulher passou a chorar e dizer que não queria mais ficar presa.

Ao ser entrevistada, a jovem disse, então, que havia sido abusada sexualmente pelo carcereiro. A autoridade policial requisitou perícia ao local e exame para constatação de conjunção carnal, além de exame toxicológico para a jovem no Hospital Pérola Byington.

O perito realizou a coleta de vestígios de material biológico no móve e o estupro foi constatado. Após passar por procedimentos no Pérola Byington, a vítima foi ouvida e suas declarações reduzidas a termo em autos próprios.

Nesta segunda-feira (14), o advogado conseguiu conversar com a jovem e gravou parte do depoimento. Ela narrou os momentos de terror e pediu que o advogado a tirasse de lá, já que não se sente segura e não consegue dormir, lembrando da violência que sofreu.

A jovem é mãe de uma criança de 1 ano. Com isso, ele pediu a conversão da prisão preventiva para prisão domiciliar, garantido pela lei em casos de mães com crianças até 12 anos sob seus cuidados.

Nesta quarta (16), o advogado afirmou que irá acionar a Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e Comissão Direitos das Mulheres de Barueri para acompanhar o caso, que foi registrado como estupro consumado. Segundo Amadeu, o carcereiro foi afastado da função e é investigado. A mulher está no CDP de Franco da Rocha, para onde foi transferida na segunda-feira (14).

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