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Após período de crise, 51% dos paulistanos afirmam ter estabilidade, aponta estudo

Povo segue insatisfeito com a prefeitura e maioria quer prioridade na geração de emprego, segundo dados da Rede Nossa SP

São Paulo|Isabelle Amaral, do R7

Paulistanos têm maior percepção de estabilidade desde 2018
Paulistanos têm maior percepção de estabilidade desde 2018 Paulistanos têm maior percepção de estabilidade desde 2018

Os últimos anos foram marcados por pandemia, crise econômica e, recentemente, uma das eleições mais difíceis desde a redemocratização, o que mudou o cenário de vida de muitas famílias. Um estudo feito pela Rede Nossa São Paulo e publicado nesta terça-feira (24) mostra que, nos últimos 12 meses, 51% dos paulistanos tiveram a sensação de estar vivendo um momento de estabilidade em termos de qualidade de vida.

Foram entrevistadas 800 pessoas da cidade de São Paulo, com 16 anos ou mais, para a realização da pesquisa do instituto, em parceria com o Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica). Dessas, apenas 8% afirmam que a qualidade de vida melhorou e 17%, que piorou.

Em entrevista ao R7, o assessor de coordenação da Rede Nossa São Paulo, Igor Pantoja, diz que essa sensação majoritária de estabilidade entre os paulistanos tem relação com todo o “período conturbado” dos últimos anos. “É bom perceber que para mais gente não teve piora, então voltamos mais ou menos aos números que eram vistos entre 2018 e 2019”, afirma.

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Dos 800 entrevistados, a maioria (54%) declara pertencer à classe C, com renda familiar entre 2 a 5 salários mínimos. Questionado se o fato pode ter alguma influência nos dados da pesquisa, Pantoja explica que não tem tanto crédito pelo fato de o estudo ter tido a mesma distribuição de personagens, por classe, gênero e sexo.

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Em 2021, o cenário era um pouco diferente: 42% dos munícipes se sentiam estáveis, contra 23% que afirmaram ter notado uma piora devido à crise. Já em 2020, no início da crise da Covid-19, 27% do público paulistano indicava a necessidade da melhora na qualidade de vida, com altas críticas à gestão municipal.

Instituições não contribuem para a melhora na qualidade de vida

Cresceu o número de pessoas que acreditam que nenhuma das instituições públicas, privadas ou ONGs (Organização Não-Governamental) contribui para a qualidade de vida da população, seja por meio da geração de emprego, transporte, educação, saúde, habitação, entre outros.

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A pesquisa revela que, em 2021, 28% do público não acreditava em qualquer tipo de ajuda por parte desses órgãos. Já em 2022, esse número cresceu 23%, ou seja, passou de 224 pessoas insatisfeitas com os trabalhos das instituições para 280.

No entanto, no ranking de órgãos que mais contribuem para a qualidade de vida, a prefeitura da capital lidera a categoria, com 15%, seguida de ONGs e igrejas, ambas com a avaliação de 14% do público, e empresas, de 12%.

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Em termos de transparência, a avaliação da prefeitura entre os paulistanos piorou. Em 2008, apenas 12% das pessoas avaliaram a comunicação da gestão como ruim ou péssima e, em 2022, essa porcentagem subiu para 44%. "É a pior da série histórica", afirma Pantoja.

Para o assessor de coordenação da pesquisa, essa piora ocorre porque falta uma relação direta entra a gestão e as pessoas. "Os cidadãos não sabem se a prefeitura está executando algum projeto ou plano para determinada situação e acabam não se identificando com a gestão pela falta desse acompanhamento, mesmo estando entre os primeiros que mais contribuem para a qualidade de vida", pondera.

Ainda segundo Igor Pantoja, o que pode se presumir, por meio do estudo, é que as pessoas estão "descrentes" porque, muitas vezes, a prefeitura só atende à demanda quando a situação chega ao nível de precariedade.

Após saber das informações desse mesmo estudo com resultados de 2021, o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), disse que "se assustou" e que iria buscar soluções para melhorar os indicadores. Na época, 45% dos paulistanos avaliaram a gestão como ruim ou péssima.

Vale ressaltar, ainda, o fato de que o desejo de paulistanos de sair da cidade só aumenta, passando de 456 munícipes em 2021 que deixariam de viver na capital se pudessem, para 488.

Para a maioria dos paulistanos, prefeitura tem feito pouco investimento em infraestrutura

Ainda de acordo com o estudo de qualidade de vida, 63% dos paulistanos acham que a prefeitura tem feito pouco investimento em infraestrutura (asfalto, iluminação, limpeza urbana), sendo a maior porcentagem do ranking.

Desse número, 71% dos moradores que pedem por maiores investimentos em infraestrutura são da região norte da cidade, 65% do sul, 62% da leste, 61% do centro, 49% da oeste.

O comerciante Flávio Vinna, que mora na zona norte da capital há mais de 25 anos, fala sobre a importância de se preocupar com a estrutura da cidade: "Só nesse começo de ano, nós vimos no jornal ou presenciamos de alguma forma, diversas tragédias causadas pela chuva. Foram árvores que caíram, desabamentos, crateras e nada disso teria acontecido se a prefeitura tivesse feito um trabalho prévio", afirma.

Flávio conta que, na região onde mora, motoristas e pedestres sofrem com a quantidade de buracos. "A prefeitura já foi notificada, mas continua a mesma coisa, tem gente que cai, se acidenta, mas os buracos continuam lá", diz.

Ainda segundo a pesquisa, na sequência da lista de investimentos, 58% dos cidadãos pedem por melhorias na saúde, 56% na assistência social e em espaços públicos (parques, quadras, praças), 55% em educação, 54% no transporte público e 50% na geração de empregos.

Em questão de prioridades, a maioria dos entrevistados acredita que a gestão deve se preocupar mais com a geração de empregos e incentivá-la (75%) e 70% deles pedem novos programas para reduzir a desigualdade social.

O R7 pediu um posicionamento para a prefeitura sobre os resultados do estudo, mas, até o momento, não obteve retorno.

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