Após PM ser absolvido, viaturas rondam casa onde Guilherme vivia
Vídeos mostram policiais rondando casa onde morava Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, morto em junho de 2020
São Paulo|Mariana Rosetti e Valéria Valente, da Record TV
Vídeos mostram policiais rondando a casa onde morava o jovem Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, após PM acusado de matá-lo ter sido absolvido em julgamento realizado na última quinta-feira (14).
Imagens gravadas no sábado (16) e domingo (17), obtidas pela Record TV, mostram viaturas nos arredores da casa onde o jovem vivia com a avó, em Americanópolis, zona sul de São Paulo. Guilherme foi morto em junho do ano passado.
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A família denuncia que os policiais têm se aproximado do imóvel após o julgamento que aconteceu na quarta-feira (14), em que o policial militar Adriano Fernandes de Campos foi absolvido.
Com medo, a mãe de Guilherme protocolou uma denúncia na corregedoria da Polícia Militar, na segunda (18). No entanto, o órgão informou que a análise das imagens leva, pelo menos, 120 dias.
Um dos vídeos mostra o momento em que um policial desembarca da viatura e fotografa a casa da família. Outro registra uma viatura estacionada e policiais transitando, sem ocorrência aparente.
Além de viaturas de área, a família denuncia a presença de equipes do Batalhão de Ações Policiais (Baep) no local.
Antônia, avó de Guilherme, disse que um dos policiais chegou próximo ao portão da casa, fazendo menção de entrar. A família teme pela sua integridade.
A avó descarta a hipótese de que o aumento de viaturas se dá por causa de um baile funk que acontece no bairro. De acordo com a mulher, a festa ocorre a sete ruas de distância da casa e os vídeos mostram as viaturas paradas na rua, e não em patrulhamento.
No dia do crime, Joice, mãe do adolescente, contou à Record TV que o filho estava com a família em um churrasco, na casa em que morava, quando decidiu acompanhar a avó, dona Antônia, até a casa dela.
Após deixar a avó dormindo, por volta das 2 horas, Guilherme ficou conversando com um amigo no portão. Depois disso não foi mais visto. Um circuito de segurança mostra o momento em que o menino é abordado por um homem armado.
Guilherme foi reconhecido no Instituto Médico-Legal (IML), no dia seguinte ao do desaparecimento. Seu corpo apresentava marcas de agressão e tiros.
PM
A Corregedoria da PM disse, em nota, que os fatos estão sendo apurados.
A Corregedoria da Polícia Militar informa que a referida denúncia foi registrada ontem (18) e todos os fatos são rigorosamente apurados pelo órgão. No último fim de semana, foi realizada na região a Operação Paz e Proteção, para evitar a formação de pancadões. A ação contou com a participação de unidades territoriais da área, bem como unidades especializadas.