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Justiça de SP absolve PM acusado de matar jovem com tiro na cabeça

Sargento Adriano Campos foi julgado pela morte de Guilherme Guedes em 2020. PM poderá ser solto nesta quinta-feira (14)

São Paulo|Do R7

Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, foi morto em 2020
Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, foi morto em 2020

A Justiça de São Paulo absolveu na noite desta quarta-feira (13) o sargento da Polícia Militar Adriano Fernandes de Campos, um dos dois acusados de matar Guilherme Silva Guedes, de 15 anos. O adolescente foi baleado e morto com dois tiros na cabeça em junho de 2020 na zona sul da capital. O corpo do jovem foi encontrado em Diadema, na Grande São Paulo.

Adriano foi acusado pelo Ministério Público de São Paulo e indiciado pela Polícia Civil por homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima). Ele foi preso de forma preventiva pouco depois da morte do adolescente.

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A sentença de absolvição foi confirmada pelo juiz Luís Gustavo Esteves Ferreira, da 1ª Vara do Júri. O magistrado também expediu o alvará de soltura de Adriano. O sargento da PM está preso desde 17 de junho do ano passado no Presídio Militar Romão Gomes e deverá ser posto em liberdade ainda nesta quinta-feira (14).

"Ante o exposto, e em consequência da vontade soberana dos senhores jurados, declaro absolvido o réu Adriano Fernandes de Campos, com qualificação no feito, da imputação contida nestes autos. Pelo desfecho, não há substrato para a manutenção da prisão cautelar, a qual é revogada", escreveu o juiz na decisão.


O ex-policial militar Gilberto Eric Rodrigues também é apontado pelas investigações como um dos responsáveis pelo crime. Rodrigues estava foragido desde 2015, condenado por ter participado de chacina em uma comunidade da cidade de São Paulo, e acabou preso em maio deste ano.

O julgamento de Rodrigues ainda depende de audiência de instrução com data marcada para 17 de novembro. A sessão vai decidir se ele irá ou não a júri popular.


Os dois trabalhavam na segurança de um galpão em Americanópolis, na zona sul da capital paulista. A suspeita é que a dupla tenha atacado Guilherme por engano para se vingar dos assaltos recorrentes que o galpão sofria. A vítima não tinha passagem pela polícia.

Investigação

O ex-PM Gilberto foi identificado após suas impressões digitais serem encontradas no banco de trás do veículo que teria sido usado no crime. Para os responsáveis pela investigação, o criminoso segurava Guilherme no banco traseiro, enquanto o sargento Adriano dirigia o veículo.


O sargento Adriano foi identificado nas imagens de segurança que mostraram Guilherme poucos momentos antes de sua morte. Adriano aparece com as mãos para trás, escondendo o que parece ser uma arma, enquanto olha ao seu redor. Guilherme Silva Guedes morreu com dois tiros: um na nuca e o outro no rosto. 

Conheça a dinâmica do crime

1h30 — Ocorre uma tentativa de furto no canteiro de obras. O vigia Fábio chama a segurança e o PM Adriano, cuja empresa fazia a segurança do local.

1h50 — O sargento Adriano chega em um carro preto na companhia de outro homem. Em poucos minutos eles ficam sabendo da tentativa de furto e saem à procura dos suspeitos.

2h — Adriano retorna de carro ao canteiro de obras e entrega seu celular ao vigia Fábio, dizendo que depois voltaria para pegar o aparelho. O jovem Guilherme já estava no carro do policial. A polícia acredita que a intenção de Adriano era que o celular não fosse rastreado, pois já tinha premeditado o assassinato de Guilherme.

2h12 — Uma testemunha ouve os dois tiros que mataram Guilherme. A polícia confirma que Guilherme foi morto no local em que foi encontrado, em uma viela, a poucos metros da casa da avó dele.

4h40 — Família e amigos vão até o canteiro de obras à procura de Guilherme. O vigia Fábio afirma que apenas o sargento Adriano poderia dar informações.

10h — O gerente da empresa de segurança do sargento Adriano vai até o canteiro de obras e resgata com o vigia Fábio o celular do policial.

11h — O corpo do adolescente Guilherme, de 15, anos é encontrado.

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