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Após tiroteio, 4 policiais são presos suspeitos de lavagem de dinheiro

Agentes paulistas e mineiros trocaram tiros em Juiz de Fora (MG); R$ 15 milhões em notas falsas foram apreendidos. Corregedoria acompanha o caso

São Paulo|Karla Dunder, do R7

Policiais são acusados de lavagem de dinheiro
Policiais são acusados de lavagem de dinheiro Policiais são acusados de lavagem de dinheiro

A Polícia Civil de Minas Gerais informou que quatro policiais civis de São Paulo presos após troca de tiros em Juiz de Fora na última sexta-feira (19) são suspeitos de lavar de dinheiro. O R7 teve acesso ao documento expedido pelo delegado que acompanha o caso.

Jorge Alexandre Barbosa de Miranda, Caio Augusto Freitas Ferreira de Lira, Bruno Martins Magalhães Alves e Rodrigo Castro Salgado da Costa foram detidos. Antonio Vilela, que segundo a polícia mineira é estelionatário, responde pela mesma acusação. 

O R7 não conseguiu localizar os advogados de defesa dos polícias investigados sob suspeita de lavagem de dinheiro. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que só se manifestará a respeito do caso por meio de nota.

O caso é acompanhado pela Corregedoria e as Secretarias de Segurança Pública (SSP) de Minas Gerais e de São Paulo se manifestaram por meio de nota. Segundo a SSP mineira, “4 policiais civis de São Paulo foram autuados em flagrante por lavagem de dinheiro e outros 4 foram liberados. Além disso, que o proprietário do dinheiro falso foi autuado por tentativa de estelionato e um segurança, também de São Paulo, que está internado em estado grave, foi autuado por homicídio”.

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Também informa que “os policiais civis mineiros, envolvidos na ação, foram autuados em flagrante por prevaricação, quando um funcionário público deixa de exercer sua função, ou a exerce contra a lei. No caso, eles estavam agindo como seguranças particulares”.

A Secretaria Pública de São Paulo informou que “delegados da Corregedoria da Polícia Civil e do Departamento de Polícia Judiciária da Capital paulista estão em Juiz de Fora em contato constante com a Polícia Civil mineira para auxiliar pessoalmente nas investigações, a fim de apurar todas as circunstâncias do caso. A SSP ressalta que não compactua com desvios de conduta de seus agentes e os envolvidos na ocorrência devem responder criminal e administrativamente por eventuais irregularidades cometidas”.

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Os quase R$ 15 milhões apreendidos é todo falso, segundo informações da Polícia Civil de Minas Gerais. Também foram apreendidos celulares, armas, munições e veículos. A Polícia Civil de Minas Gerais continua investigando o caso e aguarda a perícia no local do crime e a necropsia das vítimas.

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O policial Rodrigo Francisco, 39 anos, da corporação mineira foi morto no confronto. O empresário Jerônimo da Silva Leal Junior, de 42 anos, atingido no abdômen, chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital.

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Entenda o caso

Na sexta-feira (19), 10 policiais civis de São Paulo foram detidos por agentes civis de Minas Gerais após o confronto, que terminou na morte de um policial mineiro durante a tarde. A troca de tiros ocorreu no estacionamento do Hospital Monte Sinai, em Juiz de Fora (MG).

De acordo com informações da polícia de Juiz de Fora, os policiais paulistas teriam trocado tiros com os policiais civis de Minas Gerais. Ainda de acordo com a Polícia Civil, um policial mineiro morreu e um homem de São Paulo, que não é policial, foi baleado.

Os policiais paulistas foram detidos e levados para a delegacia de plantão de Juiz de Fora, onde quatro permanecem. O caso foi registrado e a Polícia Civil de Minas Gerais investiga o caso.

A assessoria do Complexo Hospitalar Monte Sinai, de Juiz de Fora, informou ao R7 que o caso ocorreu no estacionamento do Centro Médico, prédio do complexo onde estão os consultórios. Segundo o hospital, o caso resultou em uma morte e dois feridos. A vítima fatal era um policial civil de Minas.

Segundo o boletim de ocorrência, a quantia era formada apenas por notas de R$ 100 e, em sua maioria, "aparentam ser falsas", embora existam algumas verdadeiras (veja mais fotos da grana ao final da reportagem).

O dinheiro estava dentro de seis malas no porta-malas de um Toyota Etios, cinza, com placas de Belo Horizonte. O veículo, que estava estacionado no hospital, foi apreendido.

Apuração do crime

Uma das hipóteses investigadas é que tiroteio ocorreu durante a negociação de um lote de medicamentos para anestesia, fruto de contrabando, para o hospital. Agentes civis de Minas Gerais teriam descoberto a transação e foram ao local para apreender o dinheiro.

A apuração preliminar aponta que o policial mineiro foi morto por um informante, que acompanhava os policiais civis de São Paulo. Ele seria irmão de um dos agentes de segurança paulistas.

Outra versão sustenta que supostos empresários paulistas contrataram a escolta de policiais civis para acompanhá-los durante uma troca de reais por dólares, que ocorreria em Juiz de Fora.

Os reais falsos teriam sido levados para Minas Gerais de avião particular e, na outra ponta da operação clandestina de câmbio, estaria um empresário de Juiz de Fora, um estelionatário conhecido da polícia.

A negociação deu errado — possivelmente porque o homem que portava os dólares percebeu se tratar de notas falsas de reais — e houve uma troca de tiros. A suspeita é de que os empresários paulistas tenham fugido com os dólares no mesmo avião que os levou até a cidade mineira.

Quanto aos feridos, o hospital informou que um deles levou um tiro no abdômen, passou por cirurgia e agora está sedado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). O outro foi alvejado no pé, também passou por cirurgia e agora descansa em um dos apartamentos do hospital. Ambos estão escoltados pela polícia militar local.

Um policial civil mineiro, identificado como Rodrigo Francisco, de 39 anos, morreu no local. Jerônimo da Silva Leal Junior, de 42 anos, atingido no abdômen, chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital.

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