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Ato homenageia mortos 2 anos após massacre em Paraisópolis

Em 2019, ação da Polícia Militar no Baile da Dz7 terminou com tumulto e a morte de nove jovens entre 14 e 23 anos de idade

São Paulo|Do R7

12 policiais militares são réus na Justiça por conta das mortes
12 policiais militares são réus na Justiça por conta das mortes LUCAS MARTINS/ESTADÃO CONTEÚDO

Amigos e familiares das vítimas do massacre de Paraisópolis fizeram um ato em frente à Catedral da Sé, no centro da capital paulista, nesta quarta-feira (1º). O grupo saiu do Vale do Anhangabaú, passando pelo Tribunal de Justiça até chegar na Praça da Sé. A data marca dois anos desde que uma ação da Polícia Militar no Baile da Dz7 terminou com o pisoteamento de nove jovens entre 14 e 23 anos que estavam no baile. 

O principal inquérito do caso, conduzido pela Polícia Civil, levou ao indiciamento por homicídio culposo de nove policiais militares que participaram da ação. 

O Ministério Público de São Paulo denunciou 12 policiais pela ação, que jã são réus na Justiça por homicídio. A denúncia apontou que os acusados “deliberadamente deixaram de observar regras mínimas para a contenção de distúrbios civis e dispersão de multidões” e que “se omitiram em cumprir com as normas previstas no Manual de Controle de Distúrbios da Polícia Militar e nos Procedimentos de Operação Padrão da Polícia Militar”.

A Corregedoria da Polícia, no entanto, viu a ação como lícita e eximiu os policiais de culpa


O caso

O caso ocorreu na madrugada do dia 1º de dezembro de 2019. De acordo com a Polícia Militar, equipes da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) estavam perseguindo dois homens em uma moto preta. A dupla, ainda segundo a PM, estava armada e atirou contra os agentes.

Durante a perseguição, os homens teriam entrado no baile funk, que acontecia na comunidade. A estimativa é que no evento, conhecido como Baile D17, havia cerca de cinco mil pessoas.


Outras equipes da Polícia Militar foram acionadas e, ao chegarem no endereço, segundo a versão da PM, elas foram recebidas com hostilidade. Os participantes do baile teriam arremessado pedras e garrafas.

As equipes de Força Tática utilizaram munições químicas para dispersar a multidão. Durante a ação, pessoas que participavam do baile ficaram feridas após serem pisoteadas. O resgate foi acionado, porém, apenas uma unidade de resgate conseguiu acessar o local.


Os feridos foram levados para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Campo Limpo, para o Hospital do Campo Limpo e para a AMA (Assistência Médica Ambulatorial) Paraisópolis. Do total de 21 feridos, nove pessoas morreram.

A Associação de Moradores de Paraisópolis afirmou na ocasião que os participantes do evento foram encurralados em becos e vielas. Os moradores disseram também que, com frequência, ocorrem ações de dispersão na comunidade causando correria e violência.

A Polícia Militar negou, durante coletiva de imprensa, que policiais tenham encurralado os participantes. Em vídeos divulgados nas redes sociais, é possível ver pessoas sendo agredidas por policiais militares e muita correria.

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