Butantan entrega 2 milhões de doses da CoronaVac a ministério
Na quarta-feira (12), mais 1 milhão de doses do imunizante devem ser entregues. Liberação de insumos preocupa governo de SP
São Paulo|Fabíola Perez, do R7
O Instituto Butantan liberou, na manhã desta segunda-feira (10), um novo lote de 2 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra o coronavírus, ao PNI (Programa Nacional de Imunizações). Na quarta-feira (12), segundo o governador João Doria (PSDB), serão liberados mais 1 milhão de doses do imunizante e assim será concluído o contrato inicial de 46 milhões de doses da vacina destinadas ao Ministério da Saúde.
Leia também
Com a entrega desta segunda-feira, o governo afirma que foram enviadas à pasta 45,1 milhões de doses. A segunda etapa será de 54 milhões de doses da CoronaVac. "Ainda nos preocupa a não liberação dos insumos por parte do governo da China para o embarque ao Brasil. Precisamos que estes insumos sejam embarcados para que o Butantan possa processar mais vacinas", disse Doria durante coletiva de imprensa na sede do instituto.
O diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou que o governo aguarda a autorização para embarque dos insumos e, segundo ele, se isso acontecer a chegada ocorrerá até o dia 18. "A situação ainda é a mesma da semana passada, não temos definição da liberação do insumo na China. Existe a expectativa da liberação de 4 mil litros. Esperamos que até quarta-feira tenhamos uma notícia positiva. Temos trabalhado com a Sinovac e a embaixada da China, mas a situação ainda é a mesma da semana passada", disse Covas.
"É muito claro que há uma limitação determinada pelo governo da China dadas as constantes manifestações inapropriadas do governo brasileiro por meio de suas autoridades, excluindo o ministro das Relações Exteriores que está fazendo um esforço diplomático para viabilizar a liberação dos insumos para o embarque em Pequim desses 4 mil litros de insumo", afirmou Doria.
O diretor do Butantan afirmou que o atraso na liberação do IFA preocupa e pode comprometer o cronograma de vacinação a partir de junho.
A coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Regiane de Paula, informou que o estado recebe nesta segunda-feira 450 mil doses para o estado de São Paulo. Segundo ela, o estado não irá paralisar a vacinação para os grupos já anunciados e à população paulista. Dimas Covas explicou ainda que o contrato já deveria ter sido cumprido em relação à 1ª fase de envios da Sinovac, o que ocorre, segundo ele, é que não acontece a liberação para exportação do produto por parte do governo da China.
A previsão do Butantan é entregar o total de 100 milhões de doses até 30 de agosto, um mês antes do prazo contratual. Os lotes entregues em maio foram produzidos a partir de 3 mil litros de insumos recebidos no dia 19 de abril. A matéria-prima passou pelo envase, rotulagem, embalagem e inspeção de qualidade no complexo fabril do Instituto Butantan na capital paulista.
A direção do Butantan afirmou que está em negociações com a biofarmacêutica chinesa Sinovac, parceira internacional no desenvolvimento do imunizante, para a chegada de mais um carregamento de pelo menos mais 3 mil litros de matéria-prima. Além das novas doses da vacina contra a covid-19, serão entregues em maio mais 30 milhões de doses da vacina contra a gripe ao Ministério da Saúde, para distribuição em todo o país.
ButanVac e soro anticovid
Dimas Covas afirmou que a produção da vacina ButanVac, fabricada integralmente no país, está em processamento. "Até o momento, o Instituto Butantan inoculou 3 milhões de ovos", disse.
O diretor do Instituto afirmou que foram entregues à Anvisa respostas aos 40 itens questionados em relação à produção e qualidade do produto. "Aguardamos a resposta da Anvisa para a documentação entregue e ainda temos uma pendência do Butantan em relação a uma pequena mudança no estudo clínico. Mas houve um grande avanço na quinta-feira e prosseguimos nessa semana em conversas", explicou.
Em relação ao soro anticovid-19 para tratar pacientes em estágio avançado da doença, Covas esclareceu que o instituto está próximo do início do estudo clínico. "Estamos contratando os centros para realizar o estudo, mas temos ainda questões levantadas pela Anvisa. Esperamos que essa semana seja decisiva em relação aos processos."