Cadeira de rodas feita por eletricista devolve movimento a cães e gatos
Primeira cadeira foi feita com canos de PVC, Hoje, elas são feitas de metal galvanizado ou ferro chato. Mais de 2.400 cadeiras foram produzidas
São Paulo|Thais Skodowski, do R7
Em Sertãozinho, no interior de São Paulo, a habilidade de um eletricista devolveu o movimento das patas de mais de 2.400 animais de todo o Brasil. Glauber Pereira Souza, 36 anos, faz cadeiras de rodas para gatos e cachorros.
O trabalho é voluntário. Ele só cobra o material usado e a taxa de envio pelos Correios, caso a encomenda seja para outro Estado. Segundo Souza, ele já mandou cadeiras para o Amazonas e o Acre, mas os principais clientes são do interior de São Paulo.
A história de Souza com a causa animal começou após um apelo de uma amiga. Ela perguntou ao eletricista se conseguiria construir uma cadeira para uma cachorra que estava com cinomose, doença viral que afeta a área neurológica do cão. Com a ajuda de tutoriais na internet, ele obteve o feito.
— Ela me mandou uma foto de como seria a cadeirinha e eu fui vendo quais materiais eram necessários. Demorei entre 20 e 30 dias para fazê-la.
Referência na região
Como o experimento foi um sucesso, a amiga sugeriu que Souza montasse uma página no Facebook. O trabalho se espalhou e o eletricista é referência para ONGs e veterinários.
Quem mora na região, vai até a casa de Souza para que ele possa pedir o animal e ver qual é a necessidade do bicho. Já em casos que o pedido é de longe, o eletricista orienta o dono sobre quais informações são necessárias para confeccionar a cadeira.
— Eu tenho que saber qual é a limitação do cachorro ou gato. Se são as pernas traseiras ou dianteiras que não funcionam.
Preços
A primeira cadeira foi feita com canos de PVC. Agora, com o trabalho mais aperfeiçoado, o eletricista usa metal galvanizado ou ferro chato, conforme o peso do animal. Ele demora no máximo uma hora e meia para fazer cada órtese.
O aparelho custa entre R$ 20 (para gatos) e R$ 250 (cachorros de porte grande). O preço mínimo de uma cadeira de rodas industrializada é de R$ 450, por exemplo.
Recentemente, Souza criou uma cadeira de rodas para um cachorro da raça fila, que tem porte gigante. Por causa do tamanho do cão, ele teve que usar rodas de bicicleta para o aparelho. A órtese custou R$ 200. Se o dono do animal não tivesse comprado com ele, não sairia por menos de R$ 1.000.
Dono de quatro cachorras, sendo duas cadeirantes, seis gatos e um coelho, Souza diz que faz tudo pelo amor dos animais.
— Minha motivação é amenizar o sofrimento dos animais.