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Caneta achada ao lado do corpo de Rayane levou polícia até o suspeito

Polícia garante que jovem de 16 anos, encontrada morta em rodovia da região metropolitana de São Paulo, foi estuprada antes de ser assassinada

São Paulo|Giuliana Saringer, do R7

Rayane foi assassinada na região metropolitana de SP
Rayane foi assassinada na região metropolitana de SP

A adolescente Rayane Paulino Alves, de 16 anos, foi estuprada antes de ser assassinada, informou o delegado responsável pelo caso, Rubens José Ângelo, nesta quarta-feira (31). Para chegar ao suspeito, a polícia contou com a ajuda de uma caneta, encontrada no local do crime.

A jovem foi encontrada morta com um cadarço no pescoço, na região de Guararema, região metropolitana de São Paulo, no último domingo (28). O principal suspeito confessou o crime e está preso.

A prova que levou a polícia até o suspeito foi uma caneta, achada próxima ao corpo da vítima. O delegado afirmou que a polícia sempre faz uma "varredura" no local do crime, para saber se há algo mais como prova.

"Havia no local uma caneta, limpa, inteira. As investigações apontaram que a caneta estava há pouco tempo ali e a recolheram como possível prova. No momento da prisão do sujeito, em sua casa, os policiais perguntaram se ele tinha alguma caneta. Ele disse que sim. E pegou uma. Era idêntica à encontrada no lugar do crime. Era uma caneta de brinde, de uma empresa", afirmou o delegado.


Confrontado pela polícia sobre a semelhança entre as duas canetas, o suspeito concordou. Para a polícia, era a ligação que faltava para esclarecer o crime.

Delegado explica, em vídeo, como tecnologia ajudou a achar suspeito:


Ligação para a polícia e ‘amadorismo’

Durante as investigações, a polícia rastreou o celular da vítima, coletou imagens de câmeras de segurança da rodoviária de Guararema e se apoiou nos cães farejadores para procurar o rastro de Rayane.

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“Inicialmente foi registrado um boletim de ocorrência eletrônico sobre o desaparecimento [no dia 20]. Gostaria de ressaltar a extrema dificuldade na investigação, a complexidade de um desaparecimento. [Em casos como esse], nós não temos o corpo, a materialidade do fato em casos de desaparecimento, diz o delegado Jair Barbosa.


O primeiro passo foi quebrar o sigilo telefônico de Rayane, que permitiu constatar que ela esteve em Jacareí, às 2h10 do dia 21. Rayane fez uma ligação 190 para a Polícia Militar, que não foi completada.

“Rayane, naquele momento, já estava em estado de perigo e foi morta minutos depois. Posteriormente, dois dias depois, foi encontrado um celular no km 160 na Dutra, que foi jogado”, diz o delegado.

Para a polícia, o suspeito, até então desconhecido, não era um criminoso habitual, porque a forma como o celular foi encontrado demonstrou um amadorismo por parte do autor — ele nem retirou o chip nem danificou o aparelho.

Detalhes

De acordo com a polícia, após uma festa, a jovem foi abordada pelo suspeito na rodoviária de Guararema, por volta de 2h30 da madrugada, quando esperava um ônibus para voltar para casa.

O suspeito teria sentado ao lado dela e perguntado sobre que estava acontecendo. O delegado afirma que o suspeito ofereceu a jaqueta dele para a adolescente se aquecer, além de água.

"Foi conversando tentando convencê-la. Ofereceu carona para Mogi das Cruzes e ela disse que aceitaria. Ele passa, ela entra no carro dele e vem sentido Mogi das Cruzes. [O suspeito] diz que em dado momento ela falou para ele que queria curtir. Ele disse para ir para Jacareí. [...] A intenção dele era ter relações sexuais com ela, consentido ou não", detalha o delegado.

“Na rodovia D. Pedro, eles pararam no acostamento e trocaram beijos. Começaram a se beijar e teve o ato sexual. Passado dado momento, segundo o suspeito, a Rayane teria se defendido. Você me estuprou, vou chamar a polícia”, diz. O delegado afirmou que a garota “deu um chute nele”.

O suspeito, então, teria dado um golpe chamado mata-leão nela — ele é capoeirista. A garota desmaiou e foi levada ao banco do passageiro. O rapaz foi para outro local, para a entrada do Miracatu, e parou o veículo ali.

“Ele tem curso de pequenos socorros. Ele afere a pulsação dela pelo pulso e, pela jugular, vê que ela está viva. Com receio de ser acusado pelo crime de estupro, ele pega a bota dela, pega o cadarço e amarra o pescoço dela. E pressiona até a morte”, afirma. “A bota estava no assoalho do carro”, acrescenta.

O delegado Jair Barbosa, que também faz parte do grupo de investigação do caso, afirmou que a apuração "absolutamente detalhada" permitiu que a polícia chegasse a minúcias do crime. "Juntamos provas materiais que nos levassem à conclusão de que ela [Rayane] foi friamente assassinada por um sujeito que a estuprou. Ele não é um estuprador contumaz, não era estuprador, mas a oportunidade se apresentou", diz.

"A garota estava na rodoviária de Guararema esperando o primeiro ônibus para voltar para casa, por volta das 2h30 da manhã. Ele era o segurança da rodoviária. Ele não estava bêbado e nem drogado. Ele se aproximou, tentou seduzi-la, ela não aceitou. Ele então ofereceu carona a ela. Ela aceitou. Aí os ânimos se acirraram dentro do carro. Ele a estuprou, estrangulou e abandonou o corpo", resumiu.

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