Cantareira atinge o menor volume de água desde março de 2016
Reservatório opera com 29,9% da capacidade, nível mais baixo desde a crise hídrica que atingiu o estado de SP há cinco anos
São Paulo|Letícia Dauer, da Agência Record
O Sistema Cantareira entrou na faixa de alerta neste sábado (2), operando com 29,9% do volume de sua capacidade. É o menor volume útil de água nos últimos cinco anos. Os dados são da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).
O número é o menor desde 10 de março de 2016, quando o reservatório registrava 30,3% de volume de água, e marcou o fim da crise hídrica no estado de São Paulo.
Segundo a Sabesp, para que o manancial seja colocado em fase de restrição, é necessário que o índice esteja abaixo dos 30% no último dia do mês, o que não ocorreu em 30/09, que fechou com 30,35%.
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A Sabesp criou uma escala para medir o volume útil dos reservatórios e dar uma classificação conforme a gravidade da situação:
• Normal quando é igual ou maior que 60%;
• Em estado de atenção quando é igual ou maior que 40% e menor que 60%;
• Em alerta quando está maior que 30% e menor que 40%;
• Em restrição quando é maior que 20% e menor que 30%.
O Sistema Cantareira é o maior produtor de água da Região Metropolitana de São Paulo, segundo a ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico).
O reservatório é responsável por abastecer aproximadamente 46% da população dessa área.
Ele é formado por cinco reservatórios (Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro), que estão conectados por túneis subterrâneos e canais e formam o Sistema Equivalente do Cantareira.
Sabesp reduz pressão da água
A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) ampliou o horário de redução da pressão da água na região metropolitana de São Paulo.
A diminuição da vazão de água, que antes começava às 23h, agora é feita a partir das 21h. Às 5h, o fornecimento é normalizado.
Em casas sem caixa-d'água, especialmente em locais mais altos e distantes, a redução se transforma em interrupção do abastecimento de água.
O superintendente da Metropolitana Centro da Sabesp, Roberval Tavares de Souza, diz que a prática de reduzir a pressão da água existe desde 1996.
Segundo Souza, a Sabesp passou a reduzir a pressão mais cedo e por mais tempo para "preservar os sistemas de abastecimento de água", por causa da escassez hídrica.
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