Carla Cepollina quase escapou de ir a júri por morte de coronel
Um recurso da defesa ainda precisa ser analisado pelo STF
São Paulo|Ana Cláudia Barros e Vanessa Sulina, do R7
Denunciada à Justiça pelo Ministério Público de São Paulo no dia 8 de novembro de 2006, a advogada Carla Cepollina, acusada de matar o ex-namorado, o coronel Ubiratan Guimarães, quase escapou do julgamento. Menos de dois anos depois, no dia 30 de outubro de 2008, o juiz Alberto Anderson Filho, do 1º Tribunal do Júri de São Paulo, decidiu arquivar o caso. Na avalição da Justiça, não existiam provas suficientes para incriminar a advogada. Na época, o magistrado também registrou que Carla foi a única investigada e que os trabalhos de apuração teriam sido “rasos”.
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O pedido para que a advogada fosse a júri popular pelo assassinato foi encaminhado ao TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) em 13 de abril de 2009, pelo procurador de Justiça Rubem Ferraz de Oliveira.
No parecer, o procurador contestou a decisão do juiz Alberto Anderson Filho. No dia 10 de junho de 2010, a 9ª Câmara Criminal do Tribunal de São Paulo determinou que a advogada fosse a júri popular. A decisão foi unânime.
Os três desembargadores que participaram do julgamento, Souza Nery, Roberto Midolla e Francisco Bruno, entenderam que ela deveria responder pelo crime. De acordo com eles, a prova pericial indica que a advogada estava no apartamento no momento da morte do coronel.
A defesa de Carla Cepollina entrou com recurso no STF (Supremo Tribunal Federal), pedindo a suspensão do julgamento. O ministro Celso de Melo julgou e negou os dois recursos. A advogada foi acusada de homicídio triplamente qualificado, já que o motivo foi torpe, fútil e impossibilitou a defesa da vítima. Carla, que é ré primária, nunca foi presa.
Nova perícia
No início de outubro deste ano, uma nova perícia foi feita no prédio onde morava a vítima, a pedido da defesa de Carla Cepollina. Na ocasião, a defesa da ré explicou que o objetivo era verificar que visão tinha o porteiro no momento em que Carla desceu para o hall do prédio na noite do crime.
Na avaliação do promotor Calsavara, a perícia comprovou que o imóvel onde o militar morava é uma “verdadeira fortaleza”. A constatação, segundo ele, reforça a tese de que nenhuma outra pessoa, além da ex-namorada de Ubiratan, conseguiu entrar no imóvel naquele dia.
Já para a advogada e mãe de Carla, Liliana Prinzivalli, a perícia provou que não é possível identificar uma pessoa pelo reflexo do vidro, mas apenas um vulto. Isso, conforme ela, mostraria que o porteiro não poderia identificar se o reflexo que viu na noite do assassinato do coronel Ubiratan foi de Carla.