Casal é preso acusado de torturar criança que passou 13 dias em UTI
Menina de 4 anos ainda segue internada com lesões graves, sofridas ao longo de 2 anos. Pai afirma que era impedido de vê-la
São Paulo|Carolina Lopes e Laura Augusta*, da Agência Record
Um casal suspeito de torturar uma menina de 4 anos foi preso em Guarulhos, na Grande São Paulo, na manhã desta segunda-feira (16). A mulher é a mãe da criança e o homem, o padrasto. A menina, que está internada, precisou passar 13 dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) por conta da gravidade das lesões.
Os vizinhos do casal desconfiaram das agressões e acionaram o Conselho Tutelar, de forma anônima. No local, uma conselheira encontrou a criança machucada e com um hematoma no olho esquerdo. Na ocasião, a mãe da menina, informou que ela havia batido o olho em uma quina. Ao ser questionada se não levaria a filha ao hospital, respondeu que não havia necessidade.
A polícia foi acionada e a criança foi levada em uma viatura ao Hospital Geral de Guarulhos. Aos enfermeiros, a menina contou que a mãe e o padrasto batiam nela e a torturavam com banhos gelados.
Leia também
Na última segunda-feira (9), a equipe do hospital chamou o pai da menina, que estava há dois anos sem ver a criança, para que ele comparecesse ao 4° Distrito Policial de Guarulhos. Ele alega que era impedido de encontrá-la pela mãe da criança, mesmo tendo autorização. A menina teve inúmeros traumas pelo corpo.
Segundo o delegado João Blasi, responsável pelo caso, a criança estava com o olho roxo e usava uma sonda no nariz porque estava com um sangramento intenso na região. Ela também está com uma inflamação grave no pâncreas.
A polícia acredita que as agressões que resultaram no grave estado de saúde da menina aconteciam há dois anos. Ela deixou a UTI mas segue internada, sob observação.
O casal cumpre prisão preventiva. De acordo com o delegado, em depoimento, eles demonstraram frieza e não demonstrou qualquer interesse em saber sobre o estado de saúde da garota. "Atônitos, indiferentes, sem esboçar qualquer reação. Conversavam sobre os fatos como se fosse algo de absoluta trivialidade", afirmou o delegado.
O caso é acompanhado pelo 4° DP de Guarulhos.
*Estagiárias sob supervisão de Letícia Dauer