Casal vira réu por torturar sobrinho de 1,5 ano no litoral de São Paulo
Com prisão preventiva decretada, tios da criança são processados, em Caraguatatuba, mas caso tramita sob sigilo judicial
São Paulo|Do R7
Um casal teve a prisão preventiva decretada pela Tribunal de Justiça de São Paulo por acusações de tortura e maus-tratos a um bebê de ano e 5 meses em Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. Com o recebimento da denúncia feita pela Promotoria do município, o casal tornou-se réu no processo. O caso tramita sob sigilo de Justiça.
Segundo o MP-SP (Ministério Público de São Paulo), os crimes foram praticados entre outubro de 2020 e janeiro de 2021. A vítima era sobrinho do homem acusado. Ambos os réus são acusados de tortura. Ele está preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Caragua e a mulher detida na Penitenciária Feminina 2 de Tremembé, no Vale do Paraíba.
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De acordo com o promotor de Justiça Renato Queiroz de Lima, a criança vivia em unidade de acolhimento no estado de Minas Gerais e sempre apresentou perfeitas condições de saúde. Mas, após o bebê passar a morar com os denunciados, em Caraguatatuba, o Conselho Tutelar da cidade passou a receber vários relatos sobre episódios de tortura.
Conforme relatório do MP, no 22 de janeiro deste ano, o homem atingiu o sobrinho na cabeça com objeto contundente, provocando uma grave lesão. A equipe médica responsável pelo atendimento identificou sinais de desnutrição, precário estado de higiene, lesões cutâneas e fraturas ósseas em diferentes partes do corpo.
A delegada da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Caraguatatuba que conduziu o inquérito policial, Patrícia Casanova Crivochein, revelou que, em depoimento, os tios alegaram que as lesões teriam ocorrido em razão de uma queda do berço.
Posteriormente, os tutores teriam dito que os machucados encontrados no bebê foram provocados por uma brincadeira de "polícia e ladrão" dos irmãos menores — que teriam amarrado a criança.
Segundo a Polícia Civil, o bebê também foi mantido em uma lata de tinta pelos tutores. Agora, a criança estaria sob a tutela de outros parentes, em Minas Gerais.