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Caso Ferrugem: para advogada da família, versão dos investigados aparenta ser 'combinada' 

Família confronta depoimento de suspeitos à polícia e ressalta que lesões no corpo do ambientalista morto indicam briga

São Paulo|Do R7

Ferrugem, morto em represa de São Paulo
Ferrugem, morto em represa de São Paulo

Após o depoimento à polícia dos suspeitos de envolvimento na morte do ambientalista Adolfo Soares, conhecido como Ferrugem, a advogada que representa a família do barqueiro, Amanda Rodrigues, diz acreditar que a versão dos investigados foi "combinada". A mulher de Ferrugem, Uiara Sousa Duarte, também afirmou que "essa versão não se sustenta".

O depoimento dos suspeitos foi prestado nesta quarta-feira (31). O advogado de defesa deles, André Nino, afirmou que o laudo não é conclusivo. Ele questionou o resultado atestado de que a morte de Ferrugem se deu por asfixia e disse que vai apresentar documentos que derrubam a versão.

A advogada da família de Ferrugem disse que o laudo se mostra conclusivo para a causa da morte. "Causa estranheza que insistam em alegar um solavanco no barco, quando a perícia também já elucidou a inexistência deste solavanco, inclusive, observadas as especificidades de onde a embarcação estava."

Para Amanda Rodrigues, a versão dos investigados "se mostra duvidosa e aparenta ser combinada".


"Não acreditamos nessa versão, cabendo ainda destacar que outras lesões foram encontradas no corpo do Adolfo, lesões estas que não seriam aptas a causar sua morte, mas que indicam possível briga/vias de fato."

O que disseram os envolvidos


Em depoimento à polícia, Vithorio e Mauricius afirmaram que Mikaely convidou os rapazes e Kathielle para passear nas margens da represa Billings, na zona sul da capital, uma vez que ela já conhecia o local e eles não. Segundo eles, o grupo se reuniu e foi a um bar, onde consumiu bebidas alcoólicas, e viu a embarcação.

De acordo com o advogado de defesa dos suspeitos Vithorio Alax Silva Santos e Mauricius da Silva, André Nino, detalhes sobre a noite do acidente foram "esclarecedores e importantes para auxiliar nas investigações". Os suspeitos foram ouvidos separadamente, mas contaram a mesma versão do caso, segundo o advogado.


Na versão dos suspeitos, os meninos se afastaram das garotas para fumar e aproveitaram para perguntar o valor do passeio. Ferrugem teria respondido à pergunta, e eles afirmaram não ter dinheiro.

Na sequência, Mauricius foi ao banheiro, e, ao retornar, os amigos haviam pago o valor ao ambientalista. Inicialmente, Mikaely disse que não iria, pois tem medo de água, mas logo cedeu e aceitou ir.

No interior do barco, os ocupantes puseram colete salva-vidas, que foi retirado momentos depois, enquanto Mikaely e Kathielle dançavam. Em determinado momento da viagem, o barco deu um solavanco, o que fez com que Mikaely e Ferrugem caíssem na água, relataram. Os amigos conseguiram fazer um retorno com o volante do veículo e jogar uma boia para resgatá-los. Apenas Mikaely agarrou a boia, e Ferrugem, após auxiliar a jovem, não foi mais visto.

Os jovens reforçam a tese de que não houve discussão entre o grupo e o ambientalista. Ainda em depoimento, Mauricius e Vithorio disseram acreditar que, se não fossem as agressões que sofreram ao voltar para a margem, Ferrugem poderia ter sido encontrado com vida.

Vithorio garante que os únicos ferimentos sofridos foram decorrentes dos socos e chutes que teriam sido desferidos por amigos da vítima quando eles chegaram à margem, e que ele não entrou machucado na embarcação.

Para o advogado de defesa, o laudo não é conclusivo. Ele questiona o resultado atestado, de que a morte de Ferrugem se deu por asfixia, e disse que vai apresentar documentos que comprovem isso.

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