Após reconhecimento, família confirma que o corpo encontrado na manhã deste sábado (6) na represa Billings, em São Paulo, é do ambientalista Adolfo Souza Duarte, de 41 anos, conhecido como Ferrugem. O corpo, visto por um visto por um amigo de Ferrugem acampado há quatro dias na região, foi localizado por volta das 6h40.
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Segundo os Bombeiros, o corpo foi achado na mesma área do desaparecimento, próximo à 1ª balsa na avenida Dona Belmira Marin, na zona sul de São Paulo. A perícia foi acionada e chegou ao local por volta das 8h30 deste sábado.
Investigações
De acordo com o advogado André Nino, que representa quatro jovens que faziam um passeio com o barqueiro no momento do desaparecimento, teria havido um acidente. O grupo relata que, na noite da segunda (1º), uma jovem e Ferrugem teriam caído na Billings.
Ela foi resgatada com uma boia, enquanto o ambientalista desapareceu. Segundo o advogado, como a água estava muito escura, não foi possível encontrá-lo e, por isso, todos decidiram voltar para a margem da represa e pedir ajuda.
A Polícia Civil apreendeu os celulares dos jovens para analisar os vídeos que foram gravados na embarcação. Além disso, o caso de desaparecimento passou a ser investigado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
"Vale ressaltar que a alteração da natureza não afeta em nada o trabalho policial na elucidação do fato. Diligências seguem em andamento em conjunto com os outros órgãos que atuam no local visando à localização da vítima e ao esclarecimento de todas as circunstâncias do ocorrido", afirmou a SSP por meio de nota.
De acordo com o advogado André Nino, os jovens foram convocados para prestar um novo depoimento no 101° DP, na noite da quinta-feira (4).
O caso
O ambientalista Adolfo Souza Duarte desapareceu após cair de embarcação, na represa Billings, no Grajaú, na zona sul de São Paulo, na noite da segunda-feira (1º). Segundo informações do boletim de ocorrência, ele integra a ONG Meninos da Billings e trabalhava com viagens de barco para visitantes que querem conhecer a represa.
Na noite da segunda-feira, os amigos Kathielle Souza Santos, Mikaely da Silva Moreno, Vithorio Alax Silva Santos e Mauricius da Silva estavam em um bar próximo da represa, quando decidiram fazer um passeio de barco, oferecido por Ferrugem.
Os amigos pagaram cerca de R$ 55 e iniciaram o passeio às 19h16. Segundo depoimento, Ferrugem teria colocado colete salva-vidas apenas nas mulheres e dito que elas poderiam ficar sem a proteção após alguns minutos de viagem.
Em determinado momento do passeio, o barco acabou solavancando, fazendo com que Mikaely e Ferrugem caíssem na água. Os amigos conseguiram fazer um retorno com o volante do veículo e jogar uma boia para resgatá-los. Apenas Mikaely teria se segurado na boia, e Ferrugem não foi mais visto.
O barco, então, atracou na margem da represa. O quarteto desceu e pediu ajuda a frequentadores do bar, porém alguns deles começaram a agredir três dos amigos com socos e chutes, alegando que eles teriam matado a vítima desaparecida.
Antes das buscas oficiais, alguns colegas de Ferrugem fizeram buscas pelo amigo, porém sem sucesso. De acordo com a polícia, os quatro jovens não conheciam Ferrugem, nunca o tinham visto antes.
Mauricius, Kathielle e Vithorio, que sofreram ferimentos das agressões, foram encaminhados ao IML (Instituto Médico-Legal) para a realização de exame de corpo de delito.
O sócio de Ferrugem, Adrian, disse que a vítima é responsável por conduzir as embarcações e apenas repassa os valores recebidos. Ele informou que o barco estava com a popa danificada. O rastreador mostra que ele foi ligado às 19h16 e desligado às 20h12, o que acabou causando estranhamento.
Após a realização da perícia, Adrian ficará em posse do veículo. A mulher da vítima informou que recebeu a notícia por meio da sogra e que a última vez que ela e o marido conversaram foi por volta das 19h41. O casal tem uma filha de 15 anos.