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Caso Guilherme: MP denuncia PMs por execução do adolescente

Dois policiais militares já tiveram prisão preventiva pedida pela polícia. Um deles ainda está foragido, enquanto o outro foi preso logo após a morte

São Paulo|Gabriel Croquer*, do R7

À esquerda e abaixo da imagem, Gilberto Eric Rodrigues e Adriano Fernandes de Campos
À esquerda e abaixo da imagem, Gilberto Eric Rodrigues e Adriano Fernandes de Campos

O Ministério Público de São Paulo denunciou nesta sexta-feira (14) o sargento da PM, Adriano Fernandes de Campos e o ex-PM Gilberto Eric Rodrigues pelo execução do adolescente Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, no dia 14 de junho na zona sul da capital paulista.

Leia mais: Caso Guilherme: polícia pede prisão preventiva de PMs suspeitos

Também nessa sexta, o promotor Neudival Mascarenhas Filho e o secretário especial de Políticas Criminais, Arthur Lemos Júnior, receberam uma comissão composta por familiares da vítima e por integrantes da Rede de Proteção e Resistência ao Genocídio.

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A entidade entregou documento em que pede a responsabilização das empresas geridas pelos PMs apontados como autores do crime. De acordo com a polícia, o crime teria acontecido depois que um galpão, que contratava uma empresa de segurança do sargento Adriano, foi assaltado.


Junto com ex-PM Gilberto Eric Rodrigues, ele teria então se vingado do crime sequestrando e matando o adolescente, que não tinha passagem pela polícia. 

Nesta semana, a Polícia Civil também pediu a prisão preventiva dos dois homens. Após a prisão de Adriano, o advogado Renato Soares Nascimento, afirmou que o sargento "não tem participação alguma nesse crime" e que "assim que o DHPP juntar ao inquérito todos os elementos da investigação, o sargento vai se manifestar".


Investigação

O ex-PM Gilberto foi identificado após suas impressões digitais serem encontradas no banco de trás do veículo que teria sido usado no crime. Para os responsáveis pela investigação, o criminoso segurava Guilherme no banco traseiro, enquanto o sargento Adriano dirigia o veículo.

O sargento Adriano foi identificado nas imagens de segurança que mostraram Guilherme poucos momentos antes de sua morte. O sargento identificado aparece com as mãos para trás, escondendo o que parece ser uma arma, enquanto olha ao seu redor.


Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, morreu com dois tiros: um na nuca e outro no rosto. A polícia acredita que ele foi executado com o tiro na nuca e, quando ele caiu, foi baleado no rosto com o que chamam de "tiro de misericórdia".

Guilherme não tinha passagem pela polícia e foi sequestrado e morto após voltar de um churrasco na casa da avó.

Cronologia do crime

01h30 - Ocorre uma tentativa de furto no canteiro de obras. O vigia Fábio chama a segurança e o PM Adriano, cuja a empresa fazia a segurança do local.

01h50 - O sargento Adriano chega em um carro preto na companhia de um outro homem. Em poucos minutos ficam sabendo da tentativa de furto e saem à procura dos suspeitos.

02h00 - Adriano retorna de carro ao canteiro de obras e entrega o celular dele ao vigia Fábio, dizendo que depois voltaria para pegar. O jovem Guilherme já estava no carro do policial. A polícia acredita que a intenção de Adriano era que o celular não fosse rastreado, pois já tinha premeditado o assassinato de Guilherme.

02h12 - Uma testemunha ouve os dois tiros que mataram Guilherme. A polícia confirma que Guilherme foi morto no local em que foi encontrado, em uma viela, a poucos metros da casa da avó dele.

04h40 - Família e amigos vão até o canteiro de obras à procura de Guilherme. O vigia Fabio afirma que apenas o sargento Adriano poderia dar informações.

10h00 - O gerente da empresa de segurança do sargento Adriano vai até o canteiro de obras e resgatou com o vigia Fábio o celular do policial.

11h00 - Corpo do adolescente Guilherme, de 15, anos é encontrado.

*Estagiário do R7, sob supervisão de Clarice Sá

*Com informações de Elizabeth Matravolgyi, da Agência Record

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