Caso PM Juliane: MP denuncia mais quatro supostos membros do PCC
Para chegar à identificação, polícia cruzou conversas de supostos traficantes, suspeitos de Paraisópolis e depoimentos de testemunhas protegidas
São Paulo|Kaique Dalapola, do R7
O MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) denunciou, nesta terça-feira (18), mais quatro supostos integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) por suposto envolvimento na morte da PM Juliane dos Santos Duarte, após confusão em um bar na favela de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, no início de agosto.
Segundo o promotor de Justiça Fernando Cesar Bolque, do 1º Tribunal do Júri, os suspeitos foram encontrados por meio de conversas de WhatsApp obtidas depois da quebra de sigilo do celular de um suspeito, conhecido como "Sem Fronteira" — preso pouco depois do crime, juntamente com outros dois suspeitos: Felipe e Neguinha.
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Os quatro novos denunciados são conhecido como "Tufão", "Boy", "Tom" e "Pururuca". Este último está preso e os demais, foragidos.
Nesta nova denúncia, o MP-SP apontaria a participação de um outro suspeito: Alan Santos dos Prazeres. No entanto, ele está entre os mortos do caso do assalto milionário ao Banco do Brasil em Santa Luzia do Paruá, no Maranhão.
De acordo com o promotor Bolque, as informações para chegar à identificação dos denunciados foi feita com base em conversas privadas entre traficantes e em um grupo no WhatsApp com suspeitos de Paraisópolis, cruzadas com os depoimentos de testemunhas protegidas.
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Ainda segundo o promotor, as testemunhas estão vivendo em outros Estados sob proteção do Provita. A polícia também apurou que o PCC invadiu e tomou posse de uma da casa onde um casal de testemunhas morava.
A polícia ainda busca identificar outros três supostos envolvidos no crime: um identificado preliminarmente como "Zona sul" ou "Da sul", outro como "Pânico", e o terceiro teria mandado mensagem no grupo de traficantes dizendo que estava com a PM, mas não se sabe quem é.
As versões do crime
A polícia aponta que os integrantes do PCC agiram de forma organizada para matar a PM Juliane. No entanto, há pelo menos quatro versões sobre a origem da briga que terminou na morte da policial.
Todas versões apontam que a PM foi a um bar com duas amigas. No local, teria conhecido uma mulher, com quem começou a ter uma relação. As duas teriam ido no banheiro e, quando saiu, estava tendo uma confusão por causa do sumiço de um celular.
Uma das versões aponta que criminosos estava revistando todos do bar para ver se alguém estava com o aparelho celular e a PM negou levantar a blusa e ser revistada por estar armada.
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Outra versão diz que os criminosos viram que ela estava armada enquanto dançava. Outra aponta que ela teria colocado a arma na mesa no momento da confusão. E, por fim, a versão de que ela se identificou como PM e abordou as pessoas para recuperar o celular.
Na confusão, quatro supostos integrantes da facção criminosa chegaram no bar para resolver a questão: o Tirulipa e a Neguinha (presos na primeira denúncia), Pururuca (denunciado hoje) e o quarto não foi identificado. Os supostos membros do PCC já chegaram perguntando quem estava armado e foram em direção à PM. Juliane tentou negar, mas os homens partiram para cima dela e dois disparos acidentais acetaram a virilha da policial.
Os suspeitos, então, levaram ela e a mantiveram em cárcere. A polícia aponta que, enquanto estava sob posse dos criminosos, a PM foi obrigada a consumir muito álcool e cocaína. Ela for torturada e, provavelmente no dia 5 de agosto, morta com um tiro na cabeça.
Todos envolvidos nos crimes são denunciados por homicídio triplamente qualificado (por ter sido por motivo torpe, sem chance de defesa da vítima e contra agente de segurança), tortura e associação criminosa.
O promotor afirma que as investigações caminham para a conclusão, mas seguem sendo feitas para identificar pelo menos os outros três suspeitos de envolvimento.