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"Essa história parece armação", diz irmã de PM Juliane sobre ida ao bar

Em entrevista exclusiva ao R7, Fabiane dos Santos Duarte diz que últimos dias têm sido de tortura e pesadelo: 'tudo ainda está muito confuso'

São Paulo|Fabíola Perez, do R7

"Ela era muito carinhosa e estava comigo sempre que precisava", diz a irmã da PM
"Ela era muito carinhosa e estava comigo sempre que precisava", diz a irmã da PM

A irmã da policial militar Juliane dos Santos Duarte, a pedagoga Fabiane, consegue descrever o que ela e a família têm passado nas últimas semanas com duas palavras: tortura e pesadelo. Sem manter contato com os investigadores que apuram a morte da policial, após ter desaparecido em um bar de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, Fabiane acredita a irmã pode ter sido induzida a ir até o local.

“Toda essa história ainda está muito confusa, parece armação”, afirma Fabiane ao R7. “Parece que já queriam levar ela até esse bar, acredito que ela possa ter sido levada ao bar de propósito”, afirma. Segundo Fabiane, a família não conhece nenhum dos amigos de Juliane citados nos depoimentos das testemunhas. “Creio que deva ser um casal da infância, talvez da época em que ela andava de skate, mas não conhecemos.”

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Fabiane conta que tem evitado acompanhar as notícias sobre a morte de Juliane, mas acredita na versão apresentada pela polícia até o momento. “Conhecendo minha irmã, acho provável que, em algum momento, mesmo que ela estivesse em situação de risco, ela possa ter sacado a arma e se identificado como polícia pelo amor que tinha à farda e para defender alguém.”


A irmã de Juliane afirma também que a policial nunca teve desafetos por conta das ocorrências realizadas durante o período em que integrou a 2ª Companhia do 3º Batalhão de Polícia. “Ela se preservava bem, nunca levou alguma rixa para casa”, revela. Fabiane afirma que a família não está em contato com os responsáveis pela investigação.

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Na avaliação de Fabiane, a apuração da polícia sobre o crime é vaga. “As pessoas dão um depoimento e vão embora. Nada de muito concreto”, diz ela. “Só se capturarem o mandante é que devem entrar em contato com a minha mãe. Infelizmente, ela errou duas vezes, por agir sozinha e por ter ido para lá”, diz.

Tortura e pesadelo


Uma semana se passou desde que Juliane serviu à Polícia Militar pela última vez e tirou férias. Na quarta-feira (1º), em seu primeiro dia de descanso, ela foi a um churrasco com amigos e desapareceu na madrugada da quinta-feira (2).

Na noite na segunda-feira (6), o corpo de Juliane foi encontrado em um porta-malas de um carro, na Ponte do Socorro (zona sul de São Paulo). “Todos esses dias, pensava que a qualquer momento acordaria e iria alertá-la para não ir àquele lugar”, diz Fabiane. “Nos dias em que ela ficou desaparecida, nosso medo era não encontrá-la de jeito nenhum, com ou sem vida.”

Esse período, segundo Fabiane, foi uma “tortura psicológica” para os familiares. Depois, com a confirmação de que o corpo encontrado era de Juliane, a família ficou em choque. “Veio a dor da perda. Nosso maior medo era de que ela estivesse sendo torturada”, afirma.

Rotina da família

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Desde o desaparecimento de Juliane, a mãe se mudou para a casa de Fabiane, que também vive em São Bernardo do Campo, em São Paulo. Nos últimos dias em que estiveram juntas, Fabiane, ou Bibia, como era carinhosamente chamada pela policial, comemorava com a família a chegada do filho Théo. “Meu bebê estava previsto para o dia 20, ainda bem que ele veio antes para conhecer a tia Jú”, diz.

“Ainda não me sinto bem, cada vez que vejo a foto dela me sinto mal. Quem foi fazer o reconhecimento do corpo foi meu marido, não tivemos coragem”, afirma. No domingo (12), uma festa de família fez Fabiane lembrar os gostos da irmã. “Começou a tocar uma música, pensei na hora o quanto ela amava dançar forró universitário”, diz Fabiane. “Lembrei de quando ela me ensinou a dançar zouk.”

Pouco mais de uma semana após o corpo ter sido encontrado, o silêncio ainda prevalece entre familiares e amigos da policial. “Estamos esperando o tempo passar, esse é o melhor remédio”, diz Fabiane. “A imagem que fica é de uma pessoa que viveu seus 27 anos intensamente. Ela fez tudo o que quis: foi feliz, alegre, dançou e festejou enquanto pode.”

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