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Caso Yoki: defesa de Elize diz que legista apresentou "tese mirabolante"

Para advogados, Matsunaga estava morto ao ser esquartejado

São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7


A defesa de Elize Matsunaga quer saber se o executivo da Yoki, Marcos Matsunaga, sofreu fratura no crânio em função do tiro na cabeça e se estava vivo ao ser esquartejado. Foi com base nesses questionamentos que os advogados apresentaram à Justiça o pedido de exumação do corpo.

Segundo o laudo necroscópico, assinado pelo legista Jorge Pereira de Oliveira, o empresário morreu em decorrência de traumatismo craniano, provocado pelo tiro, associado à asfixia, por ter aspirado sangue durante a decapitação, indicando que ainda respirava quando foi degolado.

Na avaliação da especialista em perícias criminais Roselle Soglio, que faz parte da defesa de Elize, o médico-legista “se perdeu” durante depoimento na segunda audiência de instrução do caso, em novembro.

— No laudo necroscópico, ele [perito] não coloca sobre fratura [do crânio]. Em determinado momento, quando chegou a certidão de óbito, ele diz que houve fratura e, em audiência, ele não sabia responder. Então, precisamos saber exatamente do que o Marcos morreu, se havia fratura na base do crânio ou na caixa craniana ou se não existiu a fratura, e se o Marcos estava vivo ou não depois do tiro. O médico legista se perdeu na última audiência. Está muito claro dentro do processo que ele ora diz uma coisa, ora diz outra.


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A especialista explica que, na hipótese de fratura no crânio ocasionada pelo tiro, o executivo teria morrido imediatamente.


— Uma ponto 380, que é a arma usada [no crime], é de um calibre muito expansivo e faria fraturas muito graves no crânio. Acreditamos que quase de imediato, após o disparo, Marcos tenha morrido e que o esquartejamento ocorreu após a morte. Queremos provar que essa tese mirabolante do médico legista não coaduna com a oitiva dele em juízo, quando ele volta atrás, inclusive, no disparo de arma de fogo, que disse que era encostado e, agora, diz que seria apenas próximo [à cabeça da vítima].

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Para o promotor José Carlos Cosenzo, não é possível estabelecer o momento da morte do empresário, já que o corpo esquartejado foi encontrado em cinco etapas distintas.

— O que a defesa está querendo é que se estabeleça exatamente o momento da morte. É impossível de estabelecer, porque o cadáver foi encontrado em cinco etapas diferentes. A defesa pretende tentar excluir uma qualificadora, que é o meio cruel.

Cosenzo diz que “discorda veementemente” do pedido de exumação e alega que a prova técnica foi “muito bem feita”.

— O perito foi ouvido por quase cinco horas por assistentes da defesa. E não há nenhuma contrariedade. Ele foi bem claro. Disse não houve fratura de crânio. Houve um ferimento perfurocontundente.

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Apesar de criticar a solicitação para que o corpo da vítima seja exumado, o promotor enfatiza que esse tipo de pedido pode ser feito durante o processo.

— Acho que o Matsunaga foi morto uma vez e vai ser morto outra vez agora, sendo exumado. A família vai passar por outro dissabor e não tem necessidade disso. Vou fazer o impossível para que não ocorra, mas se tecnicamente for possível... O que não quero é que amanhã ou depois fiquem lamuriando, dizendo que o Ministério Público não deixou fazer prova.

A decisão da Justiça só será conhecida após a manifestação da promotoria e da assistência de acusação.

“Provas maculadas”

Além do pedido de exumação do corpo de Marcos Matsunaga, a defesa de Elize também solicitou o “desentranhamento de documentos”. De acordo com o advogado Luciano Santoro, o objetivo é retirar do processo depoimentos que foram “maculados, viciados por perguntas feitas pela acusação”.

— Teve uma prova que foi considerada ilícita pelo tribunal, que foi o depoimento da psicóloga do casal. O psicólogo, assim como o padre, o advogado, não pode dizer aquilo que é contado a ele no meio de uma sessão. Essa prova foi considerada ilícita e a acusação fez uso dessa prova em dois depoimentos: do delegado Mauro Gomes Dias e do reverendo, o senhor René. Então, entendemos que maculou os dois depoimentos, que se tornaram uma prova ilícita também.

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