Centro federal de alertas avisou cidades do litoral e governo de SP dias antes de desastre
Reunião com Defesa Civil estadual aconteceu na manhã da sexta (17), enquanto comunicados a prefeituras ocorreram no sábado (18)
São Paulo|Guilherme Padin, do R7

O Governo do Estado de São Paulo e prefeituras do litoral norte foram alertados sobre os riscos das chuvas na região dias antes da tragédia que, até o momento, vitimou 48 pessoas.
A informação é de Osvaldo de Moraes, diretor do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), confirmada ao R7 nesta quarta-feira (22).
Com a Defesa Civil estadual e a nacional, segundo Moraes, houve uma reunião na sexta-feira (17) pela manhã, dois dias antes do temporal que causou o desastre na região, sobretudo em São Sebastião. Ali foram encontrados 47 dos 48 mortos informados hoje.
“Traçamos o cenário de risco para o sábado: delimitamos a região em que era possível ter chuva intensa, no caso, o litoral norte, exatamente a região atingida. Alertamos que, a partir de sábado, teríamos grande risco de um evento meteorológico na região, com alto risco de deslizamento”, afirmou o diretor do Cemaden à reportagem.
Em relação aos municípios, prosseguiu ele, o chamado "alerta clássico", em que se detalham as áreas de riscos que devem ser consideradas com atenção, foi enviado no sábado às prefeituras do litoral norte e até da região sul do Rio de Janeiro.
Em resposta, a Defesa Civil paulista disse que tem emitido alertas para informar a população local sobre os riscos de chuvas intensas na região.
“Ao todo, foram enviados 14 alertas por mensagens de texto (SMS) para mais de 34 mil celulares cadastrados somente na região do Litoral Norte. Em todo o Estado são mais de 2,6 milhões de usuários cadastrados. O sistema SMS é acessível a todos os dispositivos celulares, sem necessidade de smartphones ou pacote de dados. Por isso, seu alcance é potencialmente maior”, informou o órgão, que também citou publicações nas redes sociais da Defesa Civil e do governo do estado.
A reportagem também procurou a Prefeitura de São Sebastião, mas não obteve retorno.