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Coletivo aponta fins políticos em operação da polícia na Cracolândia

Em publicação nas redes sociais, movimento escreveu que “agentes fizeram algumas prisões ‘em flagrante’ para satisfazer as câmeras”

São Paulo|Do R7

Operação dispersou dependentes químicos pela região central da cidade
Operação dispersou dependentes químicos pela região central da cidade

A Craco Resiste, movimento contra a violência policial na Cracolândia, classificou como ato político a operação realizada pela Polícia Civil na quarta-feira (11), na região central de São Paulo (SP). Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) ressaltou que realiza operações na área de forma ininterrupta, de acordo com a apreciação do Ministério Público. 

Os responsáveis pela Operação Caronte relataram ter prendido traficantes no local. Com a dispersão dos dependentes químicos pelo Centro e o retorno para a praça Júlio Prestes, onde se localizava a antiga Cracolândia, impedido pela GCM (Guarda Civil Metropolitana), os usuários de drogas se instalaram na rua do Triunfo, na Santa Ifigênia.

Pessoas em situação de rua também tiveram de procurar outros locais para instalarem suas barracas.

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No comunicado divulgado nas redes sociais, a Craco Resiste afirmou que os alvos da polícia não foram encontrados, e “os agentes fizeram algumas prisões ‘em flagrante’ para satisfazer as câmeras”.


Comparando a ação policial de ontem à operação conhecida como 'Dor e Sofrimento', realizada em 2012, pelo então prefeito Gilberto Kassab, o movimento pontuou, ainda, que a ação visava as ambições eleitorais dos tucanos João Doria e Rodrigo Garcia – “a questão deles não é ética, é estética”, escrevem.

Por fim, a organização afirma repudiar a violência contra as pessoas em situação de vulnerabilidade e exige políticas públicas que “tenham como foco o cuidado com as pessoas, com a oferta de moradia, acesso à saúde e possibilidade de renda”.


A SSP defendeu os resultados da Operação Caronte, ressaltando que a última fase da ação resultou na prisão de seis criminosos. Segundo o órgão ,também foram apreendidas 209 porções de cocaína, dois tijolos e 118 porções de maconha, quatro tijolos fracionados e diversas pedras de crack, além de três simulacros de arma de fogo, 14 facas, duas tesouras, uma marreta, 19 balanças de prisão, um celular, duas munições calibre .32 e mais de mil ampolas de lipo enzima.

"Entre janeiro e março deste ano, 62 pessoas foram presas/apreendidas na área. No período, 10,2 quilos de drogas foram apreendidas em toda a região. Em todo ano passado, o trabalho das forças de segurança permitiu a prisão / apreensão de 408 pessoas e a apreensão de 175 quilos de drogas e 10,4 litros de lança-perfume na área", completou pasta.

Cracolândia: dez anos de retrocesso e violência Dez anos de retrocesso, esse foi o saldo da operação policial realizada ontem (11/5) na Cracolândia. Após a ação para dispersar o fluxo da Praça Princesa Isabel, as pessoas passaram a circular em grupos pelas ruas do centro da cidade, impedidas de pararem nas calçadas pela Guarda Civil Metropolitana e pela Polícia Militar. Uma reedição da Operação Dor e Sofrimento feita em 2012, pelo então prefeito Gilberto Kassab. A ação de ontem tentou se legitimar a partir de uma suposta investigação policial que teria apontado os atuais responsáveis pelo comércio de drogas no fluxo. As dezenas de viaturas e centenas de policiais saíram às ruas com o alegado objetivo de cumprir mandados de prisão. Porém, os ditos alvos não foram encontrados e os agentes fizeram algumas prisões "em flagrante" para satisfazer as câmeras. No final, era disso que se tratava, desfazer a foto considerada indesejada para as ambições eleitorais do ex-prefeito e ex-governador e autodeclarado candidato a presidente João Doria e o seu sucessor, ex-aliado de Kassab, Rodrigo Garcia. Como dizia Carlos Eduardo Maranhão, um dos militantes que acabou morrendo em uma internação de desintoxicação: a questão deles não é ética, é estética. Repudiamos toda essa violência contra pessoas em situação vulnerável, que estão sendo, novamente, varridas pelas ruas do centro de São Paulo. Exigimos políticas públicas eficientes, que tenham como foco o cuidado com as pessoas, com a oferta de moradia, acesso à saúde e possibilidade de renda. A Craco Resiste

Posted by A Craco Resiste on Thursday, May 12, 2022

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