Com área mil vezes maior, Islândia tem população menor que do Grajaú
País que disputa segundo jogo da Copa do Mundo nesta sexta-feira (22) tem 339 mil habitantes, enquanto distrito da periferia paulistana tem 390 mil
São Paulo|Kaique Dalapola e Alexandre Garcia, do R7

Separados pelo Oceano Atlântico por uma distância de 10 mil quilômetros, a Islândia tem a população semelhante ao Grajaú, distrito da periferia da zona sul de São Paulo, mas com uma área mil vezes maior.
Enquanto o Grajaú tem uma população de 390 mil pessoas vivendo na área de 92 km², de acordo com os dados de 2010, o mais atuais divulgados pela Prefeitura, o país europeu tem 339 mil pessoas vivendo sobre uma área de cerca de 100 mil km², segundo os dados divulgados pela CIA (sigla inglês da agência de inteligência do Governo dos Estados Unidos), atualizados em julho do ano passado.
As semelhanças entre o maior distrito da capital paulista e o pequeno país europeu, no entanto, param do número de habitantes.
Quando o assunto é futebol, entre as três centenas de milhar que mora no Grajaú, existem centenas de times de várzea que vão para os campos de terra todos finais de semana. Já entre as três centenas de milhar de habitantes do país europeu, 23 jogadores profissionais disputam a competição mais importante do futebol mundial.
Considerada como uma das 'queridinhas', por disputar a primeira Copa do Mundo na história, a seleção islandesa iniciou empatando em 1 a 1 com a Argentina e faz o segundo duelo nesta sexta-feira (22), às 12h, contra a Nigéria.
A qualidade de vida da população são bem distintos: o Grajaú foi classificado pelo estudo da Rede Nossa São Paulo de 2016 como o sexto pior bairro para se viver na cidade — aparecendo 22 vezes entre os 30 piores distritos nos 40 indicadores avaliados. Já a Islândia tem o 16º melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo, de acordo com os dados do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) de 2015.
Quando o assunto é econômico, é cruel fazer comparações entre o país e o distrito. O pequeno europeu, segundo dados do Banco Mundial, tem um PIB (Produto Interno Bruto) pouco superior a US$ 20 bilhões. Informações da CIA destacam que a indústria pesqueira é responsável por 40% das receitas de exportação de mercadorias, o que corresponde a mais de 12% do PIB e emprega 5% da força de trabalho islandesa.
Além da comparação com o grande distrito paulistano, o país europeu ficaria longe de ser o município mais populoso do Estado de São Paulo. Se a Islândia fosse uma cidade paulista, seria o 21º mais habitado, de acordo com as informações da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) de 2016.
O país europeu é menor do que municípios como Itaquaquecetuba e Carapicuíba (Grande São Paulo), Santos e São Vicente (Litoral) e Bauru e Jundiaí (Interior). Além da capital, que tem a população maior do que das outras 19 cidades e Islândia juntos.
Veja lista das 20 cidades mais populosas que a Islândia:

Menos populosos na disputa
Com uma população dez vezes maior que a da Islândia, o Uruguai é o segundo país menos populoso entre os que disputam o Mundial deste ano.
Com quase 3,5 milhões de habitantes, os nossos vizinhos do sul têm uma população que não é inferior a de nenhum bairro de São Paulo.
No entanto, a quantidade de habitantes de todo o Uruguai só é superior à do Acre, Alagoas, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rondônia Roraima, Sergipe e Tocantins, segundo informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Panamá e Croácia completam a lista dos países menos populosos na disputa pelo título mundial, ambos com pouco mais de 4 milhões de habitantes. Dados recentes do IBGE apontam que o número é inferior ao total de habitantes das cidades de São Paulo (12,1 milhões) e do Rio de Janeiro (6,5 milhões), as duas mais populosas do Brasil.
Copa do Mundo esconde abismo socioeconômico entre os países:
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As 32 seleções classificadas para disputar a Copa do Mundo da Rússia entram em campo a partir desta quinta-feira (14) com o objetivo de conquistar o título Mundial. Os países, no entanto, vivem realidades distintas quando o assunto é desemprego, inflação, corrupção, desenvolvimento humano e felicidade. Confira nas próximas fotos Copa vista de cima. Estação espacial fotografa estádios da Rússia 2018