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Contra desabastecimento, SP compra 2 mil cilindros de oxigênio

Estudo do Cosems-SP mostra que 120 cidades do estado têm nível crítico do insumo para atendimento de pacientes com covid-19

São Paulo|Fabíola Perez, do R7

Pelo menos 120 cidades paulistas têm nível crítico de oxigênio
Pelo menos 120 cidades paulistas têm nível crítico de oxigênio

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) afirmou, nesta quarta-feira (31), que o Estado comprou dois mil cilindros de oxigênio para evitar uma crise de desabastecimento nas cidades paulistas que apresentam nível crítico do insumo para pacientes internados com covid-19.

De acordo com a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, houve um aumento de 40% na demanda por oxigênio em decorrência do crescimento no número de internações por covid-19. "Com isso, temos o desafio de lidar com a demanda adicional de oxigênio e de cilindros", disse. "Fizemos um mapa com o setor privado e identificamos que existem 120 cidades em situação de emergência necessitando de equipamentos." 

A secretária afirmou que o estado obteve 3.000 equipamentos para garantir o abastecimento na rede de saúde. "Hoje, 2.000 cilindros comprados e 1.000 concentradores de oxigênio que foram localizados em Atlanta (EUA). Não tínhamos no Brasil, localizamos nos EUA", afirmou. "Lembrando que os 2.000 cilindros podem ser usados em casos moderados e graves, e nas Unidades Básicas de Saúde. Os concentradores podem ser usados em casos mais leves e ficam como legado para a saúde da família."

Horas antes, na sede do Instituto Butantan, o governador afirmou que o insumo não faltaria para as cidades paulistas, mas ressaltou a necessidade de cilindros para transportar o produto. "Oxigênio não faltará em São Paulo, temos usinas e oxigênio. Mas, precisamos de cilindros, o desafio é colocar o oxigênio nos cilindros."


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"A preocupação do governo é que não haja desabastecimento de oxigênio em nenhuma cidade. A gente sabe que a responsabilidade seria dos municípios, mas, foi criada uma força tarefa há 10 dias, entendendo [a situação] até como uma questão humanitária", afirmou Gorinchteyn.

"Dessa maneira, tivessemos o oxigênio disponível para as pequenas cidades que tem essa deficiência para captar o cilindro, ajudar numa questão logística de encher o cilindros e voltar a devolver no período de 12h ou 24h. Assim fizemos ao longo dos dias e temos abastecido todos municípios, independente da usina", explicou o secretário.


Um levantamento do Cosems-SP (Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo), realizado junto às prefeituras paulistas até o dia 27 de março, apontou que o abastecimento de cilindros (O2 gasoso) é considerado crítico em 120 municípios para o atendimento emergencial de pacientes com suspeita ou confirmados de covid-19.

O estado crítico representa o aumento no uso de O2 gasoso no tratamento de pacientes que não conseguem o reabastecimento em tempo hábil, não possuem estoque ou cilindros extras. O Cosems-SP, que desde o início de março deste ano tem monitorado os estoques do produto junto às secretarias municipais de saúde, observou um aumento de 115 municípios na demanda do insumo.


O secretário estadual de saúde afirmou que a fase vermelha e a emergencial começam a gerar impactos sobre o sistema Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde). "O sistema teve uma média de 1.500 pedidos de regulação para UTIs, enfermeria e exames. Desde o início da pandemia, houve um aumento de 117% nas solicitações, especialmente, nas últimas quatro semanas", afirmou Gorinchteyn.

"Nos últimos 3 dias, houve uma queda de 4% nas solicitações, especialmente, nas de UTIs. Isso está diretamente ligado ao número de internados. Tínhamos, no início da semana, 12.945 pacientes e hoje são 12.976. Isso demonstra uma desaceleração nas solicitações de UTI, resultado do faseamento vermelho e níveis interessantes da fase emergencial."

Em relação aos kits de entubação, o secretário afirmou que haveria uma compra internacional feita pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), mas ainda sem confirmação. "Estamos fazendo compras emergenciais, recebemos mais medicamentos, o que nos garante um aporte por mais sete dias, mas estamos acolhendo as necessidades dos municipios que estão nos limites de uso."

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