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Cracolândia: MP investiga suposta extorsão feita por guardas em troca de proteção a comerciantes

'Taxa de proteção' cobrada de condomínios chega a R$ 3.000 e a R$ 500, no caso de lojistas

São Paulo|Do R7

Ricardo Nunes defendeu a prisão dos suspeitos
Ricardo Nunes defendeu a prisão dos suspeitos

O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) vai investigar a denúncia de que um grupo de agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana) tem extorquido comerciantes e condomínios em troca de proteção no entorno da Cracolândia, no centro da capital. Em um evento nesta quarta-feira (7), o prefeito paulistano, Ricardo Nunes (MDB), defendeu a prisão dos suspeitos de envolvimento e reiterou que se trata de uma exceção. O caso foi revelado pela TV Bandeirantes na segunda-feira (5).

A denúncia será analisada pela Promotoria de Justiça do Patrimônio Público da capital. A reportagem obteve áudios que indicam a cobrança de uma "taxa de proteção" feita a comerciantes e condomínios na Cracolândia, a fim de impedir que sejam atacados. Os valores cobrados mensalmente seriam de até R$ 3.000 para prédios residenciais e entre R$ 200 e R$ 500 para lojistas.

Casos de ataques a comércios no entorno da Cracolândia foram registrados nos últimos meses. Em abril, ao menos uma farmácia e um mercado foram saqueados. No mesmo mês, foi registrada uma tentativa de invasão a um restaurante.

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Relatos de moradores e comerciantes sobre crimes na região também são frequentes diante da dispersão do fluxo de dependentes químicos, que ficavam concentrados no entorno da então praça Princesa Isabel até o ano passado. Parte dos lojistas tem utilizado grades para evitar saques.


Segundo Nunes, a Controladoria-Geral do Município enviou um despacho ao Ministério Público em que defende a apuração do caso e a prisão dos envolvidos. "A gente vai agir de forma muito contundente", disse. Os sete suspeitos — ligados à Inspetoria de Operações Especiais, agrupamento de risco que atua na Cracolândia — foram afastados das funções.

"A prefeitura quer a prisão. Nós não vamos aceitar de jeito nenhum [esse tipo de conduta]. É uma ação criminosa que vai ter que ser reparada, que faz uso da farda para benefício próprio em detrimento do sofrimento de moradores e comerciantes", disse Nunes ao ser questionado por jornalistas.


O evento também teve momentos em defesa da atuação da Guarda como um todo. O presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União Brasil), fez elogios à corporação. "Imagine, senhoras e senhores, como estaria o centro sem uma atuação firme da GCM", declarou.

Na sequência, Nunes também se manifestou com um cumprimento a "toda a equipe da Guarda Civil Metropolitana, com exceção daqueles malandros [em referência à denúncia de extorsão]". Ele também anunciou a contratação de mais mil guardas após a formatura de uma nova turma, em 6 de julho, além de outros 500 até o fim do ano.

Além disso, o evento foi marcado por um tom de apoio à atuação de Nunes, que buscará a reeleição no ano que vem. A secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Aline Cardoso, chegou a dizer que o prefeito "acabou com a Cracolândia", porém Nunes admitiu a jornalistas que o fluxo de dependentes químicos prossegue ("Lógico que existe"), mas sem uma concentração tão clara quanto antes. Isto é, está mais disperso.

Nunes voltou a dizer que se trata de um problema de décadas na cidade e declarou que a gestão tem conseguido reduzir o número de dependentes químicos, que teria caído de 4.000 para mil. Por fim, voltou a afirmar que a insegurança no centro tem diminuído e defendeu a internação compulsória de dependentes mediante recomendação médica.

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