Delegado diz que bebida que matou moradores de rua difere da original
Garrafa apreendida pela polícia tem líquido amarelado, mas produto original é incolor. Polícia investiga como a bebida foi adulterada
São Paulo|Joyce Ribeiro, do R7, com informações da Record TV
A Polícia ainda tenta montar o quebra-cabeça para saber a causa da morte de quatro pessoas em Barueri, na Grande São Paulo. Outras cinco vítimas permanecem internadas após ingerir uma bebida supostamente envenenada. Segundo o delegado Anderson Gianpaoli, o fabricante da bebida é do Ceará e já foi procurado: "a bebida original é incolor, mas o conteúdo da garrafa apreendida é amarelado".
Em depoimento, os sobreviventes revelaram à polícia que deslacraram a garrafa apenas na hora do consumo. Agora a investigação precisa descobrir de que forma o conteúdo foi adulterado e qual a substância tóxica usada. As vítimas contaram que sentiram um gosto amargo ao beber, como diesel ou gasolina e, em seguida, dormência na boca e garganta e taquicardia.
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Imagens da praça e do entorno comprovam, segundo o delegado, que a bebida não foi oferecida por ninguém estranho ao grupo na hora do consumo. "O convívio entre os sete colegas era harmônico, a exceção é o Vinícius Salles Cardoso, que é recém-chegado na cidade", revelou Gianpaoli.
À polícia, sobreviventes e testemunhas contaram que não havia relatos de ameaça contra o grupo, que ficava nesta mesma praça da cidade. De acordo com o delegado, "Vinícius é a peça-chave", já que foi ele quem trouxe a garrafa que foi compartilhada. Ele teria saído da região da Cracolândia, no centro de São Paulo, onde recebeu a garrafa, caminhado até Barueri e dormido em um albergue. A ingestão do produto, segundo a polícia, seguiu uma hierarquia: do integrante mais velho ao mais novo.
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De acordo com o boletim médico divulgado na manhã desta terça-feira (19) pela prefeitura de Barueri, os cinco pacientes internados no Hospital Municipal Doutor Francisco Moran estão "em estado regular e estável, recebendo toda a assistência médica necessária".
O laudo toxicológico, feito com base no sangue das vítimas, e o laudo do Instituto de Criminalística, que analisa o conteúdo da garrafa, devem sair até o fim da semana.