Delegados criticam reajuste salarial de 5% para policiais de São Paulo
Associação e sindicato de delegados dizem que aumento não é o suficiente. Pacote do governo também inclui equiparação em auxílio-alimentação
São Paulo|Kaique Dalapola, do R7
A associação e o sindicato dos delegados do Estado de São Paulo se manifestaram contra o ajuste salarial de 5% anunciado pelo governador João Doria na tarde desta quarta-feira (30). Para as entidades, o aumento que deve acontecer a partir de janeiro de 2020 está longe de ser o prometido.
O presidente da Adpesp (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo), delegado Gustavo Mesquita, disse que ficou "decepcionado e frustrado" com o valor anunciado de reajuste.
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"A medida está muito distante do compromisso firmado por ele [governador João Doria] com a gente. Ele disse que a Polícia Civil de São Paulo teria o segundo melhor salário do país até o final do Governo", disse Mesquita.
Por meio de nota, a presidente do Sindpesp (Sindicato dos Delegados do Estado de São Paulo), delegada Raquel Kobashi Gallinati, disse que "recebe com tristeza a notícia sobre o pacote de medidas para a Polícia Civil".
Segundo a delegada, o salário dos policiais civis de São Paulo conta com uma defasagem de quase 50% de reajuste e somente depois desse acréscimo que poderá falar em aumento salarial.
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Para Mesquita, o Governo de São Paulo teria que ajustar o salário dos policiais em torno de 100% para cumprir a promessa de ser o segundo Estado com maior salário para a categoria.
O reajuste de 5% no primeiro ano seria uma demonstração que até o final da atual gestão os policiais civis de São Paulo não terão o segundo melhor salário do país. "Se ele [Doria] já anunciasse um plano para os próximos anos escalonados, o sentimentos de angustia seria menor", diz o delegado.
Durante coletiva para anunciar o pacote de medidas, Doria disse que o reajuste reafirma o "compromisso de melhorar ano a ano a condição salarial dos policiais". "Durante quatro anos, nós promoveremos melhoras para as polícias e para os agentes que atuam no sistema pricional. Este é o compromisso de governo".
As entidades, no entanto, não fizeram críticas com relação a equiparação no auxílio-alimentação anunciado pelo governador. De acordo com Doria, todos policiais e agentes receberão o mesmo valor do auxílio, de acordo com a jornada de trabalho.
Mesquita destacou que essa foi a única conquista de fato da categoria no pacote anunciado pelo governador. Já Raquel afirma que "neste aspecto, como qualquer trabalhador, o policial merece receber vale-alimentação digno para que passa fazer, ao menos, uma refeição por dia".