Delivery de ratos: polícia descobre esquema irregular em São Paulo com mais de 600 roedores
Animais eram enviados aos clientes por motoboys para servir de alimento para animais exóticos, como cobras e falcões
São Paulo|Letícia Dauer, da Agência Record
![Homem responsável pelo esquema está sendo investigado](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/XJG7V4FJFZJPXEPSYU5UYUEULM.jpg?auth=454a5829a8a2c64d18e9597bb34eda2f262a48bd79eac1e850e1e0f9a412044b&width=820&height=492)
A Polícia Civil descobriu um esquema de comercialização de ratos por delivery que operava de forma irregular na zona sul de São Paulo (SP), na manhã desta quarta-feira (30). O homem responsável pela operação está sendo investigado.
De acordo com o DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania), responsável pela investigação, uma residência no bairro da Granja Julieta era usada para criar mais de 600 roedores.
Eles eram enviados aos clientes por meio de motoboys com a finalidade de alimentar animais exóticos como cobras e falcões.
O negócio operava de forma irregular e sem acompanhamento de um médico-veterinário nem a permissão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Hoje, a Polícia Civil se dirigiu ao imóvel e encontrou os roedores — adultos e filhotes — alocados em dezenas de gaiolas, inclusive alguns em situação de maus-tratos. Também foram resgatados um papagaio, um lagarto e uma tartaruga.
O responsável pelo negócio será encaminhado à delegacia para prestar depoimento. Segundo o DPPC, ele deve ser indiciado pelo artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais, que proíbe "matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente".
Ainda responderá pelo artigo 32, sobre a prática de "ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos". As sanções para esses crimes são detenção de três meses a um ano, além de multa.
À Record, o DPPC afirmou que o homem investigado já teve uma empresa que comercializava roedores, chamada Biotério Salsicha. Em 2018, a empresa foi fechada devido a irregularidades.