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Desigualdade entre brancos e negros é maior no RJ, RS e RR 

Amapá é o único Estado que índice de desenvolvimento humano municipal da população negra é melhor do que a de brancos na educação

São Paulo|Kaique Dalapola, do R7*

Apenas Amapá tem índice de educação para negros melhor do que para brancos
Apenas Amapá tem índice de educação para negros melhor do que para brancos

Os Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Roraima são os três com maior desigualdade racial no Brasil, de acordo com o IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal). O índice é formado por diversos indicadores socioeconômicos e composto por três dimensões: renda, educação e longevidade.

O índice geral do Brasil manteve-se praticamente estável, passando de 0,776 para 0,778. Os dados, que se referam a 2017, foram divulgados nesta terça-feira (16) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

O Estado com maior diferença é Roraima, que está com o IDH-M de branco em 0,821, enquanto para negros é 0,730: diferença de 0.091.

Em seguida figura o Rio Grande do Sul: brancos com IDH-M em 0,810 e negros, 0,725 (diferença de 0.085). E o Rio de Janeiro, com diferença de 0,084, completa os três com maiores diferença entre negros e brancos com IDH-M de 0,751 e 0,835, respectivamente.


O diretor de Estudos e Políticas Regionais Urbanas e Ambientais do Ipea, Aristides Monteiro Neto, afirma que, embora a diferença nos índices entre negros e brancos esteja diminuindo, continua sendo grande.

Maiores diferenças entre negros e brancos
Maiores diferenças entre negros e brancos

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Os dados ainda apontam que Amapá (com diferença de 0.024), Rondônia (0.035) e Mato Grosso (0.046) são os Estados com menores diferenças no Índice de Desenvolvimento Humano entre negros e brancos.

No Amapá, o IDH-M dos brancos está em 0,751 e, dos negros, 0,727. Rondônia tem índice de 0,745 para brancos e negros está em 0,710. Já em Mato Grosso, o IDH-M de brancos está em 0,798 e 0,752 o de negros.


O R7 questionou os governos estaduais de Roraima e Rio Grande do Sul sobre a diferença e o que é feito para que essa desigualdade seja reduzida, no entanto, não obteve retorno.

A reportagem não conseguiu contatar o governo do Rio de Janeiro, que não disponibiliza e-mails para contato e as ligações não foram atendidas.

Educação

O Estado de São Paulo apresenta o maior Índice de Desenvolvimento Humano na Educação para negros (0,791). Seguido pelo Distrito Federal (0,769) e Roraima (0,759).

No entanto, o único Estado que o índice é maior para negros é no Amapá, onde o IDH-M na educação é de 0,715, enquanto para brancos está 0,693.

O Distrito Federal (0,863), São Paulo (0,854) e Roraima (0,844) também têm os melhores IDH-M na educação para brancos.

Os piores Estados para branco no Índice de Desenvolvimento Humano na educação são Sergipe, com 0,684, seguido por Amapá, com IDH-M em 0,693 e Alagoas está com índice de 0,695.

O índice sergipano também é o segundo pior na educação de negros, está em 0,628. O Estado está atrás de Alagoas (0,619) e está imediatamente a frente da Bahia (0,644).

Renda

O IDH-M de 2017 ainda aponta que a maior diferença entre brancos e negros no no que se refere a renda é no Amazonas. Com IDH-M-R (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal por Renda) de 0,784 para brancos e 0,647 para negros, a diferença de 0,137 do Estado é a maior do país.

Em seguida aparece o Distrito Federal, com diferença de 0,114. A capital federal, no entanto, tem o maior índice de renda para a população branca (0,917), e também é o único que tem a população negra na mesma faixa de muito alto desenvolvimento humano (0,803).

O Ipea destacou ainda que a diferença entre o Distrito Federal, que tem a renda mais alta e corresponde a R$ 2.406,56, e Maranhão, a renda mais baixa do país, com R$ 346,93. O índice de IDH-M-R maranhense está em 0,607.

Longevidade

Os Estados que apresentam maiores desigualdade de longevidade são Roraima (0,118), Maranhão (0,075) e Amapá (0,069). Nenhum Estado apresenta valor melhor para os negros que para os brancos.

Para os brancos, Santa Catarina apresenta o melhor valor (0,894), com expectativa de vida de 78,62 anos. Já o índice para os negros é no Estado 0,853, ou 76,17 anos.

*Com informações da Agência Brasil

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