Disputa interna teria motivado execução de suposto líder do PCC
Segundo promotor do Gaeco, Galo teria sido a liderança da facção responsável por atrair Wagninho, o Cabelo Duro, para o local onde foi morto
São Paulo|Fabíola Perez, do R7
A morte de Cláudio Roberto Ferreira, conhecido como Galo, suspeito de ter ligações com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), pode ter ocorrido por vingança dentro da organização criminosa.
De acordo com o promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial contra o Crime (Gaeco) Lincoln Gakiya, Galo foi uma das lideranças da organização que teria atraído Wagninho, conhecido como Cabelo Duro, para uma reunião em um hotel de São Paulo, onde foi morto também com tiros de fuzil.
‘Afilhado’ de Gegê é assassinado a tiros de fuzil em frente a hotel de SP
Ele morreu baleado no bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo, com 70 tiros de fuzil, por volta das 23h da segunda-feira (23). Segundo a Polícia Militar, quatro suspeitos armados interceptaram o carro de Galo e dispararam contra o veículo diversas vezes.
“Galo era bem próximo do Cabelo Duro. Me parece uma disputa, uma richa de lideranças dentro do próprio PCC”, diz Gakiya. Segundo o promotor, Galo foi o integrante do grupo responsável por atrair Wagninho para o hotel.
As investigações do Gaeco apontaram que houve um “salve”, como são conhecidos os comunicados da facção, perdoando as lideranças do grupo que mataram Gegê do Mangue e Fabiano Alves de Souza, o Paca, no dia 16 de fevereiro, na reserva indígena de Aquiraz, a 30 quilômetros de Fortaleza, no Ceará.
De acordo com Gakiya, porém, há a possibilidade de lideranças locais não terem aceito o “salve”. “Com isso, estão ocorrendo mortes de pessoas importantes, está havendo uma briga interna. Acredito que tenha relação com a morte do Wagninho.”
Ambos, Cabelo Duro e Galo teriam atuação no tráfico de drogas na Baixada Santista. “A morte de Galo pode ser uma queima de arquivo e demonstra que está havendo um racha interno na facção”, diz Gakiya.
Cláudio Roberto Ferreira, o Galo, atuava na zona leste de São Paulo. Ao longo dos anos, passou a ser procurado pela polícia por tentativa de assalto e foi condenado a 65 anos de prisão por roubo seguido de morte em outra tentativa de assalto em Guarulhos.
Para o promotor Gakiya, os roubos coordenados por ele a bancos não tinham relação direta com a facção e sim com uma das estratégias utilizadas também por outras lideranças do PCC de enriquecimento pessoal.