Dois meses após o assassinato de Pedrinho Matador, caso segue sob investigação
Pedro Rodrigues Filho, de 68 anos, era considerado o maior assassino em série do Brasil e estava em liberdade desde 2017
São Paulo|Do R7
A morte de Pedrinho Matador, considerado o maior assassino em série do Brasil, completou dois meses na última sexta-feira (5). O SHPP (Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa) de Mogi das Cruzes está investigando o caso, que continua sem respostas. Questionada sobre a autoria do crime pelo R7, a Polícia Civil afirmou que não pode compartilhar informações sobre o inquérito policial para não atrapalhar o andamento das investigações.
Pedro Rodrigues Filho foi assassinado, aos 68 anos, no bairro Ponte Grande, em Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo, por volta das 10 horas, em 5 de março. De acordo com a Polícia Militar, dois homens em um carro se aproximaram do serial killer e atiraram pelo menos quatro vezes.
O crime ocorreu em frente à residência de Pedrinho. Vivendo em liberdade desde 2017, ele estava parado na calçada quando sofreu o ataque. Após os disparos, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado, e a equipe confirmou a morte no local.
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Como ele era conhecido pela morte de 71 vítimas, a Polícia Civil trabalha com a hipótese de vingança. Entretanto, outras linhas de investigação também são apuradas pelo SHPP de Mogi das Cruzes. Até o momento, ninguém foi preso.
Como tudo começou
Pedrinho Matador nasceu em 29 de outubro de 1954, em uma fazenda na cidade de Santa Rita do Sapucaí, no sul de Minas Gerais. Em entrevistas, ele dizia que o longo histórico criminal começou aos 14 anos, quando matou o vice-prefeito de Alfenas, em Minas Gerais.
A morte do político teria acontecido por vingança. O pai do assassino em série trabalhava como guarda de uma escola e foi acusado de furtar merendas destinadas aos alunos. Na época, ele foi mandado embora "sem direito a nada", de acordo com o criminoso.
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“Esperei ele em frente à casa dele, atrás de uma árvore. A hora em que ele desceu do jipe foi a hora que eu dei o primeiro tiro”, contou em uma entrevista à Record TV. "Eu simplesmente sou um assassino. Eu sempre fui", definiu a si mesmo ao narrar sua história.
Pedrinho não demonstrava remorso quando falava sobre as pessoas que matou. Em sua visão, agia como um “justiceiro” e tirava a vida de quem julgava merecer morrer. “Eu mato pessoas que não valem nada. Eu nunca matei uma criança ou um idoso”, afirmava.
Atrás das grades
Ao longo dos 68 anos de vida de Pedrinho, 42 foram passados atrás das grades. De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo, ele tem 20 condenações apenas no estado. Pedrinho esteve preso de 1985 a 2007, quando recebeu indulto. Os crimes foram cometidos entre 1973 e 1990. Em 2011, ele voltou a ser preso e cumpriu pena até 2017.
De acordo com o criminoso, ele também teria praticado o assassinato de colegas dentro do sistema prisional. Ao longo dos mais de 40 anos de prisão, foi transferido para diversos presídios do estado de São Paulo, até mesmo para um anexo da Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté.
Questionada sobre o registro dos homicídios citados por Pedrinho, a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) não retornou até a publicação desta reportagem.
Pedro foi preso pela primeira vez aos 18 anos, em 24 de maio de 1973. Após 34 anos, teve redução da pena por ter trabalhado na cadeia e foi solto em 2007, quando recebeu um indulto.