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‘Dor que não fecha’, diz primo de família carbonizada no ABC Paulista sobre júri adiado

Julgamento, que inicialmente ocorreria em fevereiro, foi redesignado e, desta vez, dividido em dois blocos, em setembro e novembro

São Paulo|Guilherme Padin, do R7

'Não vão nos vencer pelo cansaço', disse Diogo Reis no Fórum de Santo André
'Não vão nos vencer pelo cansaço', disse Diogo Reis no Fórum de Santo André

Dois anos e quatro meses após o assassinato da família Gonçalves, no ABC Paulista, o julgamento dos réus acusados de matar os empresários Romuyuki e Flaviana Gonçalves e seu filho, Juan Victor, e carbonizar os corpos deles começaria nesta segunda-feira (13) no Fórum de Santo André (SP), mas um novo adiamento o levou a ser remarcado para duas datas no segundo semestre e prolongou a espera e a agonia dos familiares.

“É uma dor que não fecha. Envolve a dor da perda, a logística da família toda vir pra cá. É tudo muito massacrante. Por mais que estejamos chateados com a Justiça, estamos confiantes de que eles não vão escapar das garras da Justiça. Mas é uma dor que vai se estendendo”, disse ao R7 Diogo Reis, de 33 anos, primo das vítimas.

Na camisa, o servidor público levava a imagem de Romuyuki, Flaviana e Juan Victor, acompanhada da frase “Justiça seja feita”.

Diogo, que vive em São Bernardo do Campo, relatou que há parentes no interior de São Paulo e na Paraíba, mas assegurou que eles estarão na data dos julgamentos para pedir justiça.


“Estamos firmes, vamos estar aqui em outubro. Se mudar de novo, estaremos aqui de novo. A família é forte, unida, e vamos brigar pela justiça. Não vão nos vencer pelo cansaço”, garantiu.

Adiamentos

O julgamento, que deveria ocorrer em fevereiro e foi adiado depois que uma testemunha não compareceu, foi marcado em dois blocos, em setembro e novembro.


Ainda na manhã desta segunda, antes da confirmação, já se sabia que Ana Flávia Gonçalves, filha do casal, e Carina Ramos, a namorada dela, iriam a júri em setembro. Isso porque a primeira trocou de advogado, que pediu o adiamento na sexta-feira (10), e o representante da segunda estava com Covid-19.

No entanto, diante da ausência de algumas testemunhas, o julgamento dos outros três também foi adiado.


Assim, Ana Flávia e Carina serão julgadas em 19 de setembro, em um bloco. No outro, em 21 de novembro, será a vez dos irmãos Juliano Oliveira Ramos Júnior e Jonathan Fagundes Ramos, primos de Carina, e Guilherme Ramos da Silva, vizinho dos dois.

Os cinco réus são acusados de três homicídios triplamente qualificados – meio cruel, motivo torpe e sem chance de defesa das vítimas –, ocultação de cadáver, roubo e associação criminosa.

Novas datas não prejudicam acusação, diz advogado

O adiamento do júri popular e a decisão da Justiça de desmembrá-lo em dois blocos não prejudicarão o julgamento dos réus, segundo os advogados de acusação.

O advogado Epaminondas Gomes de Farias, que representa a família Gonçalves, afirmou à reportagem que essas mudanças não atrapalham a acusação, mas prolongam a dor dos familiares.

Representantes da acusação e familiares se reúnem na entrada do Fórum de Santo André, no ABC Paulista
Representantes da acusação e familiares se reúnem na entrada do Fórum de Santo André, no ABC Paulista

“A maior dificuldade não é técnica, mas de ver a família com esse ‘caixão aberto’. Mas, tecnicamente, tem um conjunto de provas muito grande, que dá conta da ação de cada um deles, que certamente serão julgados”, avaliou Gomes de Farias.

Segundo o advogado, não haverá impacto técnico, uma vez que o conjunto de provas é “muito forte e robusto”: “O que lamentamos é a dor da família de ter que aguardar, mas tecnicamente não mudou um milímetro do que vão receber na devida hora”.

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